O Governo da Frelimo não se farta de insultar e, ao mesmo tempo, passar um atestado de estúpido ao povo moçambicano que, desde a Independência Nacional, é forçado a viver na mais desgrenhada miséria. Não fugindo à regra, esta semana, o Executivo de Filipe Nyusi voltou a insultar à dignidade dos trabalhadores, sobretudo os funcionários públicos.
O insulto aos trabalhadores moçambicanos foi feito, no final da 13.ª sessão do Conselho de Ministros, simultaneamente pela ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, e pela ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namashulua. Namashulua encheu o peito para informar que o reajustamento do salário mínimo aprovado para os funcionários e agentes do Estado é de 6,5 porcento, passando dos actuais 3999, meticais para 4255,00 meticais. Ou seja, o Governo da Frelimo decidiu aumentar 260 meticais no salário do funcionário público.
Este aumento irrisório mostra, por um lado, o descaso e desprezo por parte do Governo da Frelimo em relação aos moçambicanos. Por outro, revela a insensibilidade e o desconhecimento da realidade que vive o povo. É de conhecimento de todos que, desde o último reajuste salarial, registou-se aumentos em mais de 20 porcento nos preços dos alimentos de primeira necessidade, da água potável e da electricidade.
Importa lembrar de que, desde a fixação do primeiro, não há nenhum registo de que, em algum momento, o salário mínimo cobriu, ao menos, metade das necessidades de alimentação dos trabalhadores moçambicanos. Mesmo com os reajustes anuais, o aumento não tem efeitos no orçamento doméstico, uma vez que o poder de compra dos consumidores tem vindo a agravar-se diariamente.
A título de exemplo, actualmente o custo da cesta básica, para o sustento de um agregado familiar composto por, pelo menos, cinco pessoas durante um mês, ronda os 15 mil meticais, pondo de lado despesas com higiene, carne vermelha e entretenimento. No entanto, é deveras preocupante quando o Governo ignora essa situação e deixa os funcionários públicos morrer de fome.
Falando em morte e como quem já prevê essa situação decorrente do salário mísero aprovado e a continua deterioração da economia, o Governo anunciou também a decisão do aumento do subsídio para funerais praticado na administração pública, que passa dos actuais 5 mil meticais para 10 mil meticais. E, em jeito de campanha eleitoral, uma vez que este ano teremos eleições em Outubro, Nyusi e os seus títeres informaram que, no ano em curso, será pago o décimo o terceiro salário na íntegra.