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‘@Verdade Editorial: Há razões para não sermos patriotas

O Presidente da República, Filipe Nyusi, prossegue com as suas visitas improdutivas que efectua às instituições públicas e/ou do Estado, na tentativa de aldrabar incautos, que ele se considera o seu empregado, e renovar, provavelmente, o seu mandato, e tem estado a mostrar a sua suposta indignação para os jornalistas verem e reportarem.

Recentemente, Nyusi dirigiu-se ao Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos. E, como sempre, o Chefe de Estado ficou surpreendido com tudo aquilo que já sabemos e que não preciso de uma visita para se dar conta dos graves problemas que assolam as instituições do Estado. Mas, desta vez, Filipe Nyusi, aproveitou a visita ao ministério que tutela os assuntos religiosos para soltar esgares à igreja católica por ter exigido um esclarecimento sobre as dívidas ilegais de que ele também é um dos principais arquitectos. A igreja não pode estar alheia a situações que têm estado a desgraçar os moçambicanos, como é o caso das dívidas ilegais, até porque não é só de orações que é feita uma igreja.

O facto que chamou atenção durnate a visita foi quando Nyusi apelou ao patriotismo do moçambicano. Segundo Presidente da República, sente inveja de outros povos que se orgulham dos seus países. O Chefe de Estado esquece-se de que os moçambicanos não têm razões para se orgulhar do país, pois o mesmo encontra-se hipotecado. O Presidente Nyusi quer que os moçambicanos se orgulhem da fome, da miséria, da falta de unidades sanitárias, de medicamentos, de salas de aulas condignas e vias de acesso? Será que o senhor Presidente quer que os moçambicanos empobrecidos pelas políticas excludentes da Frelimo se orgulhem das suas dívidas inconstitucionais feitas em seu nome?

Como os moçambicanos podem ser patriotas, numa situação em que o Estado está nas mãos de indivíduos que, ao invés de se preocuparem com o bem-estar da população, têm estado a amealhar riqueza, saqueando o erário? Não há patriotismo possível numa situação em que, há 42 anos de independência, o país continua a ser controlado pela corrupção, pelo crime organizado e pela partidarização do Aparelho do Estado. É, portanto, impossível falar de patriotismo, quando moçambicanos são baleados mortalmente pela Polícia que defende os interesses das multinacionais em detrimento dos interesses do povo.

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