Esta semana comemoramos mais um ano de luta por um maior acesso à informação rigorosa, independente e de qualidade em Moçambique.
Apesar de o nosso país aparecer cada vez melhor colocado no ranking de liberdade de imprensa a verdade é que essa liberdade é feita de imensos sacrifícios de todos os que fazem jornalismo sério nesta pérola do Índico.
Sabíamos que não seria fácil, continuamos com dúvidas e temos a consciência de que será difícil sobrevivermos, mas isso só nos fortalece para que todos os dias continuemos em busca da verdade.
A nossa maior recompensa continuam a ser os leitores que pelo Moçambique real lêem-nos fielmente e ajudam-nos, com os seus comentários e contribuições, a melhorar a nossa missão.
Reiteramos o nosso compromisso de não deixarmos os leitores indiferentes e contribuirmos para que se tornem, como muitos já são, cidadãos mais interventivos na nossa sociedade não se calando quando presenciem situações fora do normal.
Nesta data recordamos, com alguma modéstia, que nos diziam que não existiam muitos moçambicanos que soubessem ler; por isso consideravam-nos loucos por distribuirmos tantos jornais, a nossa loucura mantém-se!
Depois criticaram-nos quando começámos a usar a Internet para chegarmos aos moçambicanos; porém, mesmo antes da Primavera Árabe, usamos as redes sociais para mantermos o povo informado quando o Setembro começou quente devido à revolta do pão.
O crescimento do número de moçambicanos conectados à rede global de computadores e que usam redes sociais está aí para mostrar que não estávamos errados.
Hoje essas fábricas de sonhos irrealizáveis são um espaço onde não só se fazem acalorados debates, mas também são usadas pelos políticos e pelo Governo para a sua propaganda. Estes últimos também atentos aos que se vão expressando mais livremente e não poupam esforços para limitar a liberdade de expressão que ainda lá existe com atitudes antidemocráticas e anticonstitucionais, como o julgamento que esperamos seja arquivado na próxima semana.
Alguns leitores não nos compreenderam quando decidimos não cobrir as Eleições Gerais, mas nós sabíamos que ou conseguíamos estar em todos os postos de votação ou estaríamos a contribuir para legitimar mais uma fraude eleitoral, como veio a acontecer.
Em mais um aniversário renovamos o nosso compromisso de continuarmos a colmatar o acesso dos moçambicanos à informação verdadeira principalmente para aqueles que estão fora desta pequena capital que pensa ser o coração de Moçambique.
Quem tem responsabilidades para com o povo que se sinta vigiado, pois para isso cá estamos.
Aqui estamos também para recordar aos cidadãos, sempre que necessário, que também têm deveres e obrigações para que o nosso país seja bem melhor do que nos prometem os políticos.
@Verdade está aqui, viva e forte, pronta para vencer as próximas batalhas.