Dançar é uma das formas mais relaxantes de passar pela vida. A dançar conseguimos sonhar, soltar os espíritos, viajar, encantar, atacar, seduzir e sentir várias catarses ao longo da nossa existência.
Adoro dançar e apreciar os movimentos que cada um de nós consegue fazer com o seu corpo. Já passei por todas as fases com que iniciei o texto e atrevo-me a dizer que vocês também! Esta semana estou “@ Kinani mode”, um modo contemporâneo que traz consigo muita tradição.
Através da palavra Kinani – que significa ‘dancem’ – estamos, desde segundafeira, em festa! Celebram-se os movimentos corporais na III Plataforma de Dança Contemporânea de Maputo. Uma iniciativa que começou em 2007 e que promete prepetuar-se no panorama cultural moçambicano.
Diz a apresentação de Luis Bernardo Honwana que “esta bienal é o momento apropriado para se avaliar os progressos registados desde há dois anos, quer a nível nacional quer a nível da região”. Subscrevo e, de acordo com a programação, vão apresentar as suas criações cerca de vinte e quatro companhias, das quais nove são nossas. Isto parece uma notícia!
Sermos a Capital da Dança durante uma semana é uma grande responsabilidade. Ir buscar grupos que apostam na dança contemporânea também. Adoptar um movimento que surgiu na década de 60, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica, na senda de grandes coreógrafas como Pina Baush, deve ser motivo orgulho.
O público que se mostre chocado ou pouco ligado com certas abordagens criativas, tem que ter presente que a dança contemporânea não é para ser harmoniosa ou entendível à primeira vista. O lançamento da Plataforma na Fortaleza mostrou a força da nossa geração (desculpem o facciosismo) na organização de eventos importantes! Emocionou- me ver o Quito Tembe e o Lito a verem reconhecido um projecto que lhes deu tanto trabalho em prol da Cultura.
Espero que o MEC, tal como fez em relação ao “Kinani”, apoie mais estes encontros e que um dia a cultura se consiga autonomizar da educação para ser vocacionada para a nossa Arte. Para descontrair revelo aqui algumas das paragens do “Kinani Off”, onde se desenvolvem as actividades paralelas que vão até ao “findi”. Então vá: já assisti a “sets” de Djs na terça-feira.
Na quarta fui até ao Museu Nacional de Arte curtir a Timbila do Cheny Wa Gune e quinta-feira comecei no “Encontrar-te” do Franco e dancei reggae com a banda Ras Haitrim & Red Eyes até ao final da noite. Hoje promete muita percurssão e restanos o fim-de-semana para dançar e ver espectáculos de dança. Warethwa!
Um bem haja!