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Vendedores informais detidos em Nampula; Comandante da Policia Municipal ameaça disparar contra jornalista do @Verdade

Três vendedores informais, acusados de incitação à violência quando se dirigiram às instalações do edifício do Conselho Municipal de Nampula para obter esclarecimentos em torno da destruição das suas bancas, foram detidos de forma violenta pelas polícias Municipal e de Protecção, na manhã de quinta-feira (17). Durante as escaramuças o jornalista do @Verdade foi ameaçado de morte pelo comandante da Polícia Municipal e perdeu parte do seu equipamento de trabalho. Esta é a segunda vez, em menos de três messes, que a Polícia Municipal daquela cidade impede o nosso jornalista de realizar o seu trabalho.

Um grupo daqueles comerciantes envolveu-se em escaramuças com os agentes da Lei e Ordem e camarários na cidade de Nampula depois de, de forma organizada, não ter conseguido dialogar com o presidente do município, Mahamudo Amurane. O encontro visava esclarecer as razões que levaram à sua retirada coerciva das ruas da urbe para um mercado cujas obras ainda estão em curso e não oferece condições para o exercício da sua actividade.

Com vários dísticos empunhados, os vendedores marcharam até ao edifício da edilidade mas, quando se preparavam para entrar na sala de, reuniões para discutir o assunto que lhes levava àquele local, foram travados pela Polícia Camarária, que, volvidos alguns minutos, foi reforçada pela Polícia da República de Moçambique (PRM) fortemente armada e que se fez ao local supostamente para restabelecer a ordem.

Poucos comerciantes escaparam aos maus-tratos perpetrados pelas duas forças policiais e o grosso fugiu em debandada devido à perseguição violenta dos agentes da Lei e Ordem. Mahamudo Amurane foi chamado de emergência para dialogar com os vendedores e apaziguar os ânimos.

No sua curta interacção com os visados, o edil deixou claro que a venda de produtos na via publica e/ou ao longo dos passeios tem os dias contados; porém, reconheceu que o novo mercado em construção, no bairro de Muhala-Expansão, ainda não está em condições para ser usado. Orçada em cerca de um milhão e quinhentos mil meticais, a referida infra-estrutura com a qual se pretende descongestionar a cidade não dispõe de casas de banho nem está coberta, e tão-pouco tem energia eléctrica.

Diante desta situação, os comerciantes informais consideraram que houve precipitação por parte da edilidade ao destruir as suas bancas sem que o novo mercado tenha sido concluído.

Amisse Ali e e Alide  Sumalige, alguns dos vendedores em causa, disseram que depois da tomada de posse Amurane prometeu que a venda seria efectuado livremente nas ruas da cidade de Nampula. O edil reconheceu ter dito tal facto, mas numa altura em que o comércio informal estava desorganizado e pretendia, supostamente, liberalizar a actividade.

Comandante da Policia Municipal ameaça atirar contra jornalista do @Verdade

Durante as escaramuças entre os vendedores informais e as autoridades policiais, o nosso jornalista foi ameaçado de morte pelo comandante da Polícia Municipal e perdeu parte do seu equipamento de trabalho em virtude de ele ter fotografado o momento da desavença entre as partes.

O comandante em alusão deu ordens para os seus subalternos arrancarem, violentamente, o equipamento alegadamente porque o repórter estava a agir fora das normas éticas da sua profissão. Aliás, pese embora o ofendido estivesse devidamente identificado com um crachá, o funcionário do município de Nampula alegou que não havia credencial emitida pela edilidade a autorizar a cobertura dos acontecimentos no local. Segundo o agente da Polícia Camarária, o documento em posse do nosso repórter não servia como identificação para o exercício da actividade jornalística.

Na altura em que a vítima contactou o comandante para ter o seu material de trabalho de volta, este disse que não queria ser incomodado porque estava a cumprir com a sua missão de garantir a ordem. Enquanto decorria o diálogo, o visado apontava uma arma do tipo pistola contra o repórter. Esta é a segunda vez, em menos de três messes, que a Polícia Municipal daquela cidade maltrata o nosso trabalhador por ordens do respectivo comandante.

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