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Venda de capulanas vence dificuldades em Maputo

Em algumas bermas da Avenida Marginal é frequente ver-se uma paisagem artificial criada por largas cordas que servem de estendais de vários tipos de capulanas e diferentes peças de roupa à venda naquele ponto da cidade de Maputo. São capulanas e peças de vestuário que prendem as atenções e a admiração de quaisquer pessoas que por ali passam.

Trata-se de uma paisagem cuja existência é atribuída a algumas pessoas que diariamente a tornam possível lutando pela vida, de entre elas, André João Chissano. Ele é órfão de pais e muito cedo teve que aprender a sobreviver e saber vencer as adversidades da vida.

André Chissano, de 23 anos de idade, vive na periferia da capital do país. Ele surge como personagem sublime desta história por causa da sua vontade de superar as dificuldades impostos pela vida. Tem sob sua responsabilidade dois irmãos e dois filhos, todos menores de idade, cujo sustento provém da venda de capulanas e peças de roupa.

Natural do distrito de Chibuto, província de Gaza, André Chissano diz a morte dos seus pais, muito cedo, fê-lo apostar em alguma coisa – o negócio de capulanas – para sustentar a família.

Ele chegou a Maputo em 2000. Hospedou-se em casa de uma tia e para sobreviver vendia pão e “badjias” (pastel de feijão nhemba), na baixa da cidade. Com os rendimentos ajudava a tia, enquanto procurava emprego, até que um dia foi contratado para ser vendedor ambulante de frutas no mercado Fajardo. Foi deste negócio que iniciou o seu sucesso. “Por dia conseguia vender 10 caixas de macã. Eu olhava para esse emprego como uma oportunidade para aprender. E realmente aprendi muito com a minha patroa, para quem trabalhei durante sete anos. Devo graças a ela”.

Em 2010, Chissano passou de empregado para empreendedor, vendendo frutas na Avenida Marginal e na praia da Costa do Sol. Com o tempo os rendimentos do seu negócio aumentaram. Para além de frutas, vendeu também refrigerantes e recargas de telemóveis. Por dia facturava em média cinco mil meticais, o que lhe permitiu construir uma casa e uma barraca.

“Lutei muito para ganhar o que tenho hoje, fruto do meu esforço. Estou estável. Mudei de negócio. Desde 2011 vendo capulanas e roupa, desta uma parte é feita de capulanas. Os meus clientes são de vários estatutos sociais e nacionalidades. Mas os estrangeiros é que compram mais”.

Neste momento, o que preocupa André Chissano é o facto de exercer o seu negócio ao relento, sem como se defender do sol muito menos da chuva. “Próximo ano gostaria de ampliar o meu negócio. Penso em comprar um coaster, para fazer chapa e construir uma loja na minha terra natal”.

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