Celebrou-se nesta quinta-feira (01) o Dia Internacional do Trabalhador. Os salários incompatíveis ao custo de vida, a não dignificação do trabalhador e da sua família, a injustiça social, o desrespeito pelos direitos sindicais, o racismo nas empresas são algumas mensagens exibidas nos dísticos empunhados por milhares de trabalhadores desfilaram na Praça dos Trabalhadores em Maputo. Foram, diga-se em abono da verdade, problemas já com barba rija mas sem solução, em mais uma efeméride.
Na verdade, o 1º de Maio foi um momento de festa para trabalhadores mas eles não deixaram de manifestar o seu repúdio e desagrado em relação às precárias condições de trabalho a que são sujeitos nos seus postos de trabalho. O custo de vida foi a tónica dominante. Os salários continuam magros e não lhes permitem prosperar na vida, o que degenera em miséria das suas famílias.
Através de canções e dísticos, os funcionários deixaram uma mensagem segundo ma qual trabalham duro mas ganham mal. Os despedimentos sem justa causa, principalmente no sector privado, inquietam igualmente os funcionários, pois no seu entendimento este problema agrava o desemprego.
Ana Timana, secretária executiva da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos – Central Sindical (OTM-CS) em Maputo, fez um discurso, também, de indignação com ao actual custo de vida e degradação da situação social e económica dos trabalhadores e suas famílias. Segundo ela, o aumento da pobreza está directamente ligado ao elevado nível de desemprego.
Ademais, de acordo com Ana Timana, o poder de compra das famílias é fraco por causa do aumento dos preços de produtos primeira necessidade. O crónico problema da falta de transporte, que aliado à falta de vias alternativas para escoar o tráfego origina congestionamentos, faz com que os empregados cheguem frequentemente tarde nos seus postos de trabalho. Os trabalhadores são transportados em carinhas de caixa aberta contra todos os riscos dessa prática.