A BP diz que não foi apenas um factor que levou ao derrame de petróleo no Golfo do México, que é considerado a pior catástrofe ambiental na recente história dos Estados Unidos. De acordo com a gigante petrolífera, “uma sequência de falhas envolvendo diversas partes” terá estado na origem da explosão da plataforma Deepwater Horizon a de 20 de Abril, que provocou a morte de 11 pessoas.
A companhia disse ainda que aceitava todas as recomendações feitas no relatório, agora divulgado, com os resultados de uma investigação interna sobre o acidente no Golfo do México. As recomendações deverão ser implementadas a nível global pela companhia.
Má interpretação
Cerca de 4,9 milhões de barris de crude foram derramados no mar após a explosão. A fuga foi contida a 15 de Julho e uma operação para selar o poço de forma permanente terá lugar nas próximas duas semanas.
Num relatório de 193 páginas, a BP disse que as decisões tomadas por “várias companhias e equipas de trabalho” contribuíram para o acidente, que resultou da conjugação de “uma série de falhas mecânicas, decisões humanas, equipamentos de engenharia, acções operacionais e interfaces entre as equipas”.
O relatório indica ainda que a equipa da Transocean, que alugava a plataforma à BP, “não reconheceu o influxo de hidrocarbonetos no poço”, que eventualmente poderão ter causado a explosão. O mesmo documento refere ainda que os funcionários da BP e da Transocean interpretaram incorrectamente os resultados dos testes de segurança, que apontavam para o risco de uma explosão.
Lição
O actual director executivo da BP, Bob Dudley, diz que o relatório prova que a explosão é da responsabilidade de “diversas entidades”. “Estamos determinados em aprender a lição para o futuro. Vamos preparar uma revisão à escala global para melhorar a segurança das nossas operações e garantir que uma tragédia como esta não volta a acontecer.” A investigação interna sobre a explosão que causou maré negra no Golfo do México durou cinco meses.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos também está a investigar o desastre, que só estará concluído quando os advogados e investigadores concluírem que há, ou não, provas de erro criminal.