A companhia mineira Vale Moçambique manifestou a sua disponibilidade para financiar a construção de duas represas no rio Mualadzi para viabilizar projectos de produção agrícola da população reassentada na zona de Cateme, em Moatize, na província central de Tete.
O projecto, cujo arranque está agendado para Março próximo, será realizado em parceria com o Conselho Cristão de Moçambique (CCM), uma organização não-governamental moçambicana, com larga experiência em matéria de desenvolvimento comunitário.
Um comunicado da Vale Moçambique recebido pela AIM, destaca que a obra terá duração de cerca de três meses e, após a conclusão, as represas passarão a ser propriedade da comunidade de Cateme, funcionando sob a supervisão das entidades do Governo.
Esta iniciativa, servirá para a irriga- ção dos campos de cultivo, abeberamento de gado e uso doméstico, vai viabilizar a assistência às famílias que foram transferidas da área onde Vale actualmente se produz carvão, em Moatize.
Para o efeito, a Vale Moçambique, representada pelo director de Operações, Altiberto Brandão e o Conselho Cristão de Moçambique pelo seu delegado provincial em Tete, Tiago Vilanculo, assinaram quarta-feira última, no distrito de Moatize, um memorando de entendimento, para a concretização do projecto, orçado em cerca de 4 milhões de meticais (equivalente a cerca de 134 mil dólares ao câmbio corrente).
Para garantir o bom uso das represas, os residentes em Cateme serão capacitados em técnicas de construção e maneio de represas agrícolas ao longo do cor- rente ano, com o financiamento da Vale Moçambique. Na ocasião, Altiberto Brandão, disse constituir uma satisfação para a Vale Moçambique poder envolver parceiros como o Conselho Cristão de Moçambique com experiência e soluções de tecnologia adequados que irão contribuir para o de- senvolvimento da população.
Por seu turno, Tiago Vilanculo, Delegado Provincial de Tete do Conselho Cristão de Moçambique, reiterou que as técnicas de envolvimento comunitário e de construção de represas a serem empregues em Cateme já deram resultados positivos noutros lugares.
“Esperamos que a população de ao reter a água em represas, também possa satisfazer as suas necessidades no cultivo da terra e na criação de gado”, sublinhou.
Um dos resultados que também se espera com este trabalho comunitário do CCM é o municiamento das famílias de Cateme de uma nova abordagem no tratamento dos solos, através da prática de uma agricultura de conservação com uso de fertilizantes orgânicos e de outras técnicas agrícolas que são amigas do ambiente.