A multinacional brasileira Vale, uma das maiores companhias mineiras do mundo, anunciou, terça-feira, que exerceu opção de compra de 51 por cento da participação accionaria na Sociedade de Desenvolvimento do Corredor do Norte (SDCN), de Moçambique, onde está a mineradora desenvolve projectos de exploração de carvão.
A aquisição, segundo anunciou a agência noticiosa “Reuters”, vai criar as condições logísticas necessárias para a Vale escoar a sua produção da segunda fase do projecto de carvão de Moatize (Moatize II). A compra de participação maioritária na SDCN, cujo valor não foi divulgado, representa para a Vale acesso a concessões ferroviárias e portuárias em Moçambique. A estratégia da mineradora brasileira em Moçambique é reproduzir o modelo logístico de integração mina-ferroviaporto, usado com sucesso no Brasil.
“Ao mesmo tempo em que torna viável a expansão da capacidade de Moatize, a infra-estrutura de logística constitui uma excelente alternativa para o transporte para a costa Leste da África da produção do cinturão de cobre da Zâmbia, onde a empresa também está a desenvolver projectos”, refere a Vale em comunicado de imprensa. A logística estruturada pela Vale em Moçambique vai também beneficiar o projecto da rocha fosfática de Evate, “além de outras cargas do eixo Zâmbia-Malawi- Moçambique”.
A Vale também pretende fazer outros investimentos na construção de ligações ferroviárias necessárias para escoar a produção de Moatize e um novo terminal marítimo de águas profundas em Nacala. Em Moçambique, a Vale já está a desenvolver o projecto Moatize I, com capacidade de produção estimada em 11 milhões de toneladas métricas de carvão, cujo início de operação está previsto para o primeiro semestre de 2011.
No primeiro estágio de desenvolvimento, está sendo construída uma planta de lavagem com capacidade anual de 26 milhões de toneladas métricas. Na primeira fase, o carvão será transportado através da Linha de Sena para o Porto da Beira, para os mercados de exportação.