A Matola Gás Company (MGC) revelou esta quarta-feira que apenas 0,1 por cento do gás moçambicano produzido em Pande, província de Inhambane, Sul de Moçambique, é usado para abastecer veículos automóveis. A MGC é a empresa de capitais maioritariamente moçambicanos com missão de distribuir gás natural no país, produto que é maioritariamente exportado para a Africa do Sul pela petroquímica sulafricana SASOL.
Segundo a MGC, apenas 0,1 por cento dos 3,6 milhões de gigajoules de gás por si controlado é canalizado a Autogás, empresa responsável pelo fornecimento deste tipo de combustível para ao abastecimento de viaturas no mercado nacional. Falando a AIM, momentos depois de o Primeiro-Ministro, Aires Ali, ter visitado aquela empresa, o administrador delegado da MGC explicou que a outra parte do combustível é fornecido a um total de 30 clientes, entre eles oito unidades industriais.
“Estas unidades industriais e os outros 22 clientes ligados ao gasoduto utilizam gás em substituição de electricidade, diesel, LPG, carvão, entre outros tipos de combustíveis”, disse Morgado, apontando como exemplo o caso da fábrica Cimentos de Moçambique que substituiu o uso de carvão pelo gás natural. No seu contacto com a imprensa, o Primeiro-Ministro disse ser importante maximizar o uso de gás natural para o transporte, energia e indústria de modo a reduzir a dependência pelos combustíveis fósseis, cuja importação acarreta elevadas somas em dinheiro para o Estado.
Aliás, o uso do gás natural é uma das medidas apontadas pelo Governo como sendo alternativa aos custos de combustíveis. Esta situação obrigou o Governo a agravar os preços da gasolina e do gás de cozinha em até oito por cento, medida em vigor desde esta Terça-feira. “Os indicadores que nos são apresentados indicam que, com uso do gás natural nas viaturas, podemos reduzir em um terço os custos com os combustíveis líquidos”, disse o governante, apelando a sociedade a converter os seus carros de modo a usarem este tipo de combustível que, além de ser mais barato, é também amigo do ambiente.
Quando em Outubro de 2008 iniciou o processo de conversão de viaturas para o uso de gás natural, o Governo havia se comprometido adquirir cem autocarros a serem submetidos a este sistema, número que era mais do que suficiente para garantir a viabilidade do projecto. Contudo, até finais de Março do corrente ano, apenas 20 viaturas do Estado e de empresas associadas ao Estado estavam a utilizar gás natural. Este número adicionavase a mais algumas dezenas de carros pertencentes a privados que também eram movidos a gás, totalizando cerca de 200 unidades.
Questionado sobre o processo de conversão dos carros do Estado, Aires Ali disse haver uma orientação clara do Governo no sentido de se submeter, cada vez mais, um maior número de viaturas usando gás natural. Entretanto, a conversão de viaturas para o uso de gás natural custa cerca de mil dólares americanos, sendo que para levar a cabo uma campanha massiva envolvendo os milhares de carros do Estado, seria necessário um grande investimento. Mas o valor pode baixar, tendo em conta os baixos preços de compra e importação de elevados volumes de equipamento em simultâneo.
O Primeiro-Ministro não se referiu a um orçamento específico Governo para implementar um projecto do género, mas sublinhou que as vantagens de conversão superam qualquer nível de investimento, dado que a medida trará enormes benefícios.