O operador da usina nuclear de Fukushima atingida por um terremoto e um tsuami no Japão anunciou, esta Sexta-feira (26), que não pode descartar a possibilidade de que ainda possa haver libertação de radiação no mar.
Um forte terremoto e tsunami em Março de 2011 provocaram colapsos na usina, causando libertação de radiação, contaminação de alimentos e água e forçando retiradas em massa de moradores da região, embora o governo tenha declarado em Dezembro que o desastre estava sob controle.
A declaração da Tokyo Electric Power Co segue um artigo da revista académica norte-americana Science que afirmou que altos níveis de radiação em peixes fisgados perto da cidade de Fukushima indicam que a radiação continua a libertar-se da usina nuclear Fukushima Daiichi.
Perguntado se a Tokyo Electric, também conhecida como Tepco, poderia confirmar que a usina não está mais a libertar radiação no mar, uma porta-voz disse: “A Tepco não pode dizer tal coisa, mas confirmamos que os níveis de radiação estão a diminuir tanto na água do mar quanto no leito marinho ao redor da usina.”.
Ken Buesseler, cientista sénior do Woods Hole Oceanographic Institution dos Estados Unidos, disse no seu artigo no site da Science que a pouca mudança nos níveis de césio radioactivo encontrados nos peixes de Fukushima sugeriu um despejo contínuo.
“O facto de que muitos peixes estão tão contaminados com césio 134 e césio 137 hoje quanto estavam há mais de um ano implica que o césio ainda está a ser liberado para a cadeia alimentar”, disse ele.
A pesca ao largo de Fukushima, norte de Tóquio, é proibida, excepto para a pesca de teste para algumas espécies, como certos tipos de polvo e lulas, que são exportados apenas quando são considerados seguros.
