Itália e Portugal vão apoair os moçambicanos no processo de investigação sobre o novo modelo arquitectónico de reabilitação da Ilha de Moçambique, declarada Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO.
O programa da Ilha contempla, ainda, a criação de um centro de estágio em Arquitectura e Planeamento Fisico para estudantes daquela universidade e de outras instituições de ensino superior. O facto foi anunciado, esta segunda-feira, por Jorge Ferrão, reitor da Universidade Lúrio (UNILÚRIO), estabelecimento público de ensino superior detentor da iniciativa, e confirmado por Renato Masiani, professor da Universidade La Sapienza da Itália.
Sedeada na capital provincial de Nampula, a mais de dois mil quilómetros de Maputo e com uma cobertura regional, a UNILÚRIO abriu, esta segunda-feira, mais uma Faculdade, a de Arquetectura e Planeamento Físico (FAPF), com 40 estudantes, cujas cadeiras serão ministradas por docentes moçambicanos, portugueses e italianos.
Para Ferrão, a FAPF terá de ter um impacto directo nos programas de reabiitação da Ilha. Pretendemos, ainda, formar arquitectos competitivos e que ajudem a resolver os actuais problemas habitacionais com o país se debate. Ajuntou, apelando aos futuros arquitectos no sentido de prestarem maior atenção na construção de unidades escolares e sanitárias para que elas sejam mais resistentes, baratas e apropriadas às condições locais.
Verifcamos que muitas infra estruturas não respeitam os anseios e cultura locais. Por isso, a sua durabilidade e conservação não é das melhores. Gostariamos de propôr novos modelos e formatos que fizessem a diferença nesta fase em que os sectores de Educação e Saúde envidam esforços para a sua expansão. Disse a fonte, sublinhando que os nossos formandos precisam de ser munidos de ferramentas que lhes permitam entender que a arquitectura local e rural pode ser reconfigurada e reaproveitada.
O reitor da Universidade Lúrio reconheceu a carência de arquitectos no país, tendo, a propósito, referido que Moçambique possui, actualmente, cerca de 300 arquitectos para um universo de 21 milhões de habitantes.