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Unicef alerta sobre altos índices de mortalidade infantil, apesar dos avanços

O Fundo para a Infância das Nações Unidas (Unicef) publicou esta segunda-feira o relatório “Progresso para a infância”, que adverte que, apesar dos avanços conseguidos, 6 milhões de crianças ainda morrem anualmente antes dos 5 anos de idade devido à sua situação de extrema pobreza.

“Progresso para a infância: além das médias” é o nome completo do relatório final da Unicef sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), que também indica que 289 mil mulheres morrem todos os anos durante o parto e que 58 milhões de meninos e meninas não estão matriculados na escola primária.

Estes números terríveis supõem, no entanto, uma melhoria em relação a 1990, pois o relatório conclui que a mortalidade entre crianças menores de 5 anos caiu mais de 50%, passando de 90 para 43 por cada mil nascidos vivos, e a mortalidade materna se reduziu em 45%.

Nesse período, cerca de 2,6 mil milhões de pessoas obtiveram acesso a melhores fontes de água potável e o peso inferior ao normal e a desnutrição crónica entre as crianças menores de 5 anos diminuíram 42% e 41%, respectivamente.

O Sudeste asiático foi a região que mais reduziu a mortalidade infantil (75%) e a região da América Latina e do Caribe também ficou acima da média, com uma queda de 55% em relação a 1990.

“Os ODM ajudaram o mundo a conseguir avanços extraordinários em favor das crianças, mas também nos mostraram quantas delas estamos a deixar à margem”, disse o director-executivo da Unicef, Anthony Lake.

Com relação aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável que a comunidade internacional está agora a enfrentar, o Unicef pede que as crianças mais desfavorecidas estejam no centro dos novos objetivos e metas.

“Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável representam uma oportunidade para aplicar as lições que aprendemos e chegar às crianças mais necessitadas, e espero que não nos envergonhemos no futuro por não tê-lo feito”, disse Anthony Lake.

“Mais igualdade de oportunidades para a infância de hoje significa menos desigualdade e mais progresso para o mundo amanhã”, acrescentou.

Caso não seja assim, levando-se em consideração a taxa actual de progresso e crescimento, a organização prevê que em 2030 haverá 68 milhões de mortes adicionais de crianças menores de 5 anos por causas que, “na sua maioria, podem ser prevenidas”. Além disso, em 2030, 119 milhões de crianças continuarão a sofrer de desnutrição crónica e 500 milhões de pessoas seguirão a fazer as suas necessidades ao ar livre, com os graves riscos para a saúde infantil que esta prática representa.

O Unicef considera que levará quase 100 anos para que todas as raparigas da África Subsaariana terminem a sua educação secundária básica.

Os ODM foram oito propósitos estabelecidos no ano 2000 e assinados pelos 189 países-membros das Nações Unidas para fossem cumpridos até este ano.

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