“Congratulamos, calorosamente, a GAPI pelo trabalho constante e pela liderança que tem demonstrado durantes tantos anos, no apoio a pequenas empresas em zonas rurais de Moçambique”, foi com estas palavras que a chefe da Cooperação da União Europeia em Moçambique, Isabel Faria de Almeida iniciou a sua intervenção, por ocasião da passagem do 32º aniversário da GAPI e do lançamento do programa Incubox.
Para Faria de Almeida, “o empenho da GAPI para apoiar negócios geradores de emprego para jovens nas zonas rurais, foi uma das razões que levou a União Europeia a co-financiar o projecto INCUBOX – A Caixa Aberta. O que coincide igualmente, com o lema da GAPI deste ano que é “Inovação e resiliência de negócios geradores de emprego para jovens nas zonas rurais”, que se enquadra nas prioridades da União Europeia para os próximos anos, e que são as mesmas prioridades para as quais o projecto INCUBOX visa contribuir”.
António Souto, um dos fundadores da Gapi, abordando a parceria entre a UE e a Gapi, recordou que “os próprios alicerces da Gapi inspiram-se de alguma maneira no que aprendemos dos esforços de reconstrução da Europa no pós 2ª Guerra Mundial. Em particular, aprendemos que situações especiais exigem instituições especiais. Por isso, estudámos o conceito de instituições financeiras de desenvolvimento habilitadas a gerir fundos estruturados para programas e projectos cujos custos e riscos não podem ser geridos por bancos comerciais”.
32 anos depois, a Gapi continua a adaptar o conceito de Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) à realidade moçambicana, mas atendendo a algumas especificidades, destacando que “em Moçambique, ainda não existe um sector privado com cultura e experiência empresarial, em particular nas zonas rurais”.
Por isso, a intervenção da Gapi como IFD não se limita apenas a instrumentos financeiros. Desde cedo introduziu a necessidade dos chamados Business Development Services (BDS) focados na capacitação e consultoria de empresas (CCE) para o arranque ou expansão de pequenos negócios”.
Recordou que, para se alcançar uma maior abrangência e inclusão, “na evolução da nossa estratégia, integrámos o conceito de desenvolvimento de instituições. Participamos ou apoiamos a criação de sociedades comerciais ou cooperativas de produtores, organizações de poupança e empréstimo para promover a literacia financeira, bem como, quando o grupo-alvo são jovens, estruturamos o conceito de incubadoras para estimular a inovação”.
“Em paralelo à evolução do sistema financeiro e à implementação de megaprojetos, evidencia-se hoje a carência de gestores qualificados. Daí que a criação de centros de desenvolvimento empresarial tenha também sido inscrita no modelo de instituições que promovemos em parceria com instituições especializadas nesses domínios”, reforçou António Souto.
As comemorações desta efeméride da Gapi contaram com a participação de diversas individualidades, com destaque para os fundadores desta, nomeadamente, Hermenegildo Gamito, então presidente do BPD, Caroline Silva-Garbade, representante da Fundação Friedrich Ebert, Fulgêncio Magaia, representantes de vários parceiros de cooperação, nacionais e estrangeiros e titulares dos Órgãos Sociais da Gapi e demais convidados.
O presidente da Comissão Executiva (PCE) da Gapi, Adolfo Muholove, agradeceu o contributo dos que se envolveram na criação e desenvolvimento da Gapi: “É uma grande honra tê-los presentes nesta cerimónia e faço votos para que continuem apoiando esta instituição, para continuar a cumprir a sua missão de contribuir para a inclusão económica, social e financeira em Moçambique, promovendo a inovação, o empreendedorismo e investimentos geradores de emprego”.