O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) suspendeu nesta sexta-feira o Madagáscar do fórum continental por considerar que a tomada de poder por Andry Rajoelina é “inconstitucional”.
Ao mesmo tempo, o novo poder político malgaxe tenta se defender das acusações de que deu um golpe de Estado no ex-presidente Marc Ravalomanana, que foi obrigado a renunciar na terça-feira, como acusa parte da comunidade internacional.
O presidente do Conselho da UA, Bruno Nongoma Zidouemba, afirmou que a instância decidiu “suspender a participação de Madagascar em todas as instituiçõe e órgãos da União”.
“O Conselho considera que o que aconteceu em Madagascar foi uma mudança inconstitucional de governo”, acrescentou o diplomata.
A União Europeia (UE) qualificou de “golpe de Estado” a posse Rajoelina e o governo dos Estados Unidos afirmou que o processo teve um caráter “não democrático”.
Rajoelina anunciou na quinta-feira a suspensão das atividades da Assembleia Nacional e do Senado, 48 horas depois da renúncia forçada do antecessor, Marc Ravalomanana.
Em Antananarivo, o novo governo tentou defender-se das acusações.
“É provável que a visãoda UE esteja um pouco confusa, estamos dispostos a dar explicações. Depois, pediremos que reconsiderem a posição”, declarou a AFP o primeiro-ministro de transição, Monja Roindefo.
“Não pensamos que seja um golpe de Estado. É a expressão direta da democracia, quando a democracia representativa não se expressa através das instituições”, afirmou.
As declarações foram feitas antes do anúncio da UA, o que pode complicar ainda mais a situação do novo governo de Madagascar.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da qual Madagáscar é membro, já havia recusado-se a reconhecer o novo presidente.