Foi recuperado nesta sexta-feira o corpo da 15ª vítima mortal do derrame de lama tóxica ocorrido após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, propriedade da Vale e BHP, na Região Central de Minas Gerais, no Brasil, a 5 de Novembro.
A vítima estava em uma área de difícil acesso, próxima à cidade de Camargos, um povo que depende administrativamente de Mariana, onde está localizada a mina da empresa Samarco, proprietária dos diques de contenção que após o rompimento ocasionaram uma enxurrada de 62 milhões de metros cúbicos de água e resíduos minerais.
Até o momento, as equipas de resgate recuperaram 15 corpos e a lista de desaparecidos é de quatro pessoas, dentre elas três trabalhadores da empresa mineira.
O derrame aconteceu pela ruptura diques de contenção de duas caixas de água e resíduos minerais da mineira Samarco, por motivos ainda sem esclarecer.
O escritório da ONU no Brasil qualificou o derrame como “tóxico” pelo seu conteúdo de metais pesados, algo que tinha sido negado pela Samarco. A avalanche de lama causou graves danos ambientais num dos mais importantes rios da região e é considerada pelo governo como o acidente ambiental mais grave ocorrido no país.
A enxurrada se deslocou 650 quilómetros pelo rio Doce até alcançar o oceano Atlântico, afectando uma região do litoral brasileira que, segundo as autoridades, tem uma grande diversidade de vida marinha.
Nas últimas semanas, a justiça brasileira bloqueou 592 milhões de reais da Samarco, empresa controlada pelos gigantes Vale e BHP, como garantia para futuras responsabilidades da companhia com as vítimas do acidente.
Além disso, no final de Novembro, o governo do Brasil anunciou que processaria, tanto a Samarco como suas empresas matriz, com o objectivo de obter 20 biliões de reais como indemnização pelos danos sociais, ambientais e económicos provocados pelo vazamento.