A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), o maior e o mais antigo estabelecimento de ensino superior em Moçambique, cancelou a admissão de novos ingressos para a Escola Superior de Desenvolvimento Rural (ESUDER), em Vilankulo, Inhambane, sul do pais, por falta de infra-estruturas próprias e de condições para acolher os novos estudantes.
Segundo o jornal Noticias, a medida, tomada na II sessão ordinária do Conselho Universitário, alarga-se aos cursos à distância das faculdades de Economia e Educação da UEM por os estudantes não estarem a conseguir terminar a formação e abrir espaços para novos ingressos.
A suspensão da admissão de novos ingressos para estes cursos foi anunciada depois de a UEM ter lançado, recentemente, as candidaturas de acesso a cerca de quatro mil vagas para ingresso, próximo ano, aos diferentes cursos leccionados na universidade.
O porta-voz da UEM, Joel Tembe, que deu estas informações quarta-feira em conferência de imprensa, explicou que a admissão de novos ingressos foi cancelada porque a escola continua em instalações emprestadas, onde funciona a Escola Secundária do distrito.
“O funcionamento era provisório em instalações emprestadas enquanto decorria a construção de infra-estruturas próprias, mas devido aos cortes no orçamento não foi possível avançar com o plano e a escola continua sem edifício”, disse Tembe.
Acrescentou que a medida também foi tomada porque a falta de instalações próprias também dificultou a instalação de laboratórios para aulas práticas e de alojamento para os estudantes.
“Continuamos a partilhar instalações com a Escola Secundária de Vilankulo e por se tratar de dois níveis de ensino diferentes já não há condições adequadas para se prosseguir tranquilamente com a formação”, afirmou.
Garantiu que a suspensão da admissão de novos ingressos vai permanecer até que seja solucionado o problema sem, no entanto, se referir a prazos uma vez a iniciativa consta do plano estratégico da UEM.
Disse também que em relação aos cerca de 1300 estudantes que continuam a frequentar os cursos leccionados naquela escola deverão continuar a estudar até concluírem a sua formação.
Em relação ao ensino à distância nas faculdades de Economia e de Educação, Joel Tembe referiu que a medida visa descongestionar os cursos, actualmente com 780 estudantes.
“Queremos criar condições para garantir o fluxo pedagógico e permitir que os estudantes terminem os cursos a tempo daí a decisão do conselho de não admitir novos ingressos”, explicou.
