Um radical islâmico foi preso sob suspeita de envolvimento com a morte de um político oposicionista neste mês, num crime que gerou uma onda de protestos no país árabe, disse uma fonte de segurança na segunda-feira.
A morte do político laico Chokri Belaid, em 6 de fevereiro, lançou a Tunísia em sua pior crise desde a revolução que derrubou a ditadura de Zine al Abidine Ben Ali, há dois anos.
“A polícia prendeu um salafista suspeito de matar Belaid”, disse a fonte à Reuters, sob anonimato, e sem dar mais detalhes.
No ano passado, grupos salafistas impediram a realização de vários shows e peças teatrais em cidades tunisianas, argumentando que essas diversões violam preceitos islâmicos. Eles também saquearam em setembro a embaixada dos EUA, durante protestos internacionais contra um vídeo anti-islâmico divulgado pela internet.
Uma rádio local informou que três salafistas, inclusive um policial, foram detidos sob suspeita de ligação com a morte de Belaid.
Abd Majid Belaid, irmã do político morto, disse que não poderia confirmar nem negar a informação.
Os ministérios do Interior e da Justiça não se pronunciaram.
Depois do crime – primeiro assassinato político numa década na Tunísia – o primeiro-ministro Hamadi Jebali decidiu antecipar eleições e montar um gabinete provisório de tecnocratas. Mas, sem o apoio do seu partido, o islâmico Ennahda, Jebali renunciou. O presidente Moncef Marzouki encarregou então o ministro do Interior, Ali Larayedh, de formar um novo governo.