Tropas turcas mataram cinco rebeldes curdos que atacaram edifícios estatais numa cidade no sul da Turquia, na noite da Quinta-feira (23), elevando para 21 o número de militantes mortos desde que lançaram um ataque mortal a bomba contra um comboio do Exército no dia anterior.
Os confrontos fazem parte dum crescente ciclo de violência na província remota e montanhosa de Hakkari, na fronteira com o Iraque e o Irão, uma situação que as autoridades turcas e especialistas estão a associar ao aprofundamento do conflito na Síria.
As autoridades de segurança disseram que o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) lançaram ataques simultâneos contra dois postos militares no distrito de Semdinli, em Hakkari, cenário de frequentes confrontos entre rebeldes e forças do governo ao longo do mês passado.
Pelo menos um soldado morreu nestes ataques. Mais tarde, esta Quinta-feira (23), o PKK atacou uma delegacia e escritórios estatais no centro de Semdinli e cinco militantes foram mortos naqueles ataques, disseram as autoridades.
Os ataques aconteceram apenas horas depois de as autoridades do governo terem dito que as tropas turcas mataram 16 combatentes do PKK numa ofensiva contra os militantes, que mataram cinco soldados e feriram sete, Quarta-feira.
O Exército enviou reforços depois do ataque da Quarta-feira. Num sinal da preocupação do governo turco com a violência na região maioritariamente curda, o comandante das forças militares terrestres chegou a Hakkari, esta Quinta-feira (23).
O general Hayri Kivrikoglu disse que as operações do Exército continuarão “sem intervalo”. “Nós sempre ficamos ao lado do nosso povo. O nosso povo não deve preocupar-se. As forças armadas turcas continuarão na sua tarefa para proteger a segurança das pessoas e da região”, disse ele, de acordo com a agência estatal de notícias Anatolian.
Mais de 40.000 pessoas foram mortas no conflito entre as forças do PKK e a Turquia desde que os militantes lançaram a sua insurgência há 28 anos com o objectivo de criar um Estado separado no sudeste da Turquia, uma região predominantemente curda.
Desde Junho do ano passado, cerca de 800 pessoas morreram no conflito, incluindo cerca de 500 combatentes do PKK, mais de 200 pessoas da equipe de segurança e cerca de 85 civis, de acordo com as estimativas do instituto de pesquisas Grupo de Crises Internacionais.