As forças de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas na cidade de Gao, no norte do Mali, mataram pelo menos três pessoas nesta terça-feira, quando usaram munição real para dispersar manifestantes no local, disseram testemunhas, mas um porta-voz da ONU afirmou que só foram disparados tiros de advertência.
A violência irrompeu quando os soldados se reuniam com líderes locais revoltados com um plano de criação de uma zona tampão no norte que forçaria a milícia pró-governo na área a se desarmar, enquanto os rebeldes separatistas tuaregues seriam menos afetados.
Uma testemunha do protesto relatou que as tropas da ONU começaram a disparar depois de inicialmente usarem gás lacrimogéneo para expulsar a multidão e disse ter visto um manifestante morto depois de levar um tiro no rosto.
Uma segunda testemunha afirmou ter visto quatro mortos e quatro feridos levados a um hospital de Gao.
As autoridades médicas não estavam disponíveis de imediato para comentar.
“As forças da ONU entraram em pânico e abriram fogo contra os manifestantes”, declarou uma fonte militar do Mali em Gao à Reuters. “Já há três mortos e muitos feridos”.
Os pacificadores da ONU foram mobilizados no norte do país para tentar estabilizar a vasta região, que foi ocupada pelos separatistas tuaregues e por islâmicos ligados à Al Qaeda em 2012 e sofreu um intervenção da França no ano seguinte.
O fraco governo da capital, Bamaco, vem lutando para restaurar a sua autoridade no norte da nação africana, e os pacificadores estão no fogo cruzado entre várias fações pró-governo e rebeldes ainda a actuar na região.