O Exército dos Estados Unidos travava combates violentos esta sexta-feira contra os talibãs na província afegã de Helmand, sul do Afeganistão, onde na quinta-feira foi iniciada uma grande ofensiva contra a insurgência islamita.
O batalhão de infantaria 2/8 dos marines enfrentou uma dura resistência talibã, declarou à AFP o general-de-brigada Larry Nicholson, comandante da operação. “O 2/8 tem combates infernais na zona sul da região”, completou.
No entanto, outros batalhões avançaram sem grandes dificuldades para o sul e já conseguiram entrar em contato com a população e os líderes locais, segundo Nicholson. Os helicópteros transportaram na quinta-feira os marines para os distritos de Garmsir e Nawa, na província de Helmand, e ajudaram as forças afegãs a tomar Janishin, perto da fronteira com o Paquistão. “Hoje os marines seguem avançando rumo aos objetivos e vão trabalhar para estabilizar a segurança nestas zonas”, afirmou o porta-voz da operação, o tenente Kurt Stahl.
Quase 4.000 marines encabeçam o novo plano do presidente Barack Obama para combater a insurgência afegã, com o objetivo de proteger a população para as eleições presidenciais de 20 de agosto. “Quando os marines saem às cidades, sempre buscam oportunidades para falar com a população e explicar por quê estão ali”, disse Stahl.
Na quinta-feira, as tropas tomaram o controle do distrito de Khanistan, onde os talibãs instauraram um governo próprio, na maior operação dos marines desde a de Fallujah, Iraque, em novembro de 2004. Mas o Exército americano também sofreu a primeira baixa na operação, com a morte de um marine, informou a Brigada Expedicionária Marine (MEB). Além disso, na quinta-feira, o comando talibã Haqqani reivindicou o sequestro de um soldado americano no dia 30 de junho, antes do início da ofensiva.
Até ao momento não foi anunciada nenhuma vítima civil ou danos materiais. As tropas americanas informaram que evitam utilizar armamento pesado. A operação “Janjar” (“Punhalada” em dari e pashtun, mas que os marines traduziram como “Strike of the Sword” (“Golpe de Espada”) também conta com a participação de 600 policiais e soldados afegãos. “O que diferencia a operação Janjar das anteriores é o tamanho das forças e sua velocidade”, afirmou Nicholson.
O general afegão Shair Mohamad Zazi destacou que a a operação estabelecerá segurança para as eleições. As autoridades do país temiam que a violência e as intimidações dos talibãs afetassem a votação na segunda eleição presidencial do país. Em outra frente, 20 talibãs e um soldado afegão morreram na quinta-feira em confrontos em Zabul, outra província instável do sul do país.