Um tribunal egípcio confirmou, este sábado (21), penas de morte para o líder da Irmandade Muçulmana e mais 182 partidários, num forte sinal de que a repressão ao grupo continuará no governo do novo presidente, Abdel Fattah al-Sisi.
Mohamed Badie e outros réus foram condenados pelos actos de violência que eclodiram na cidade de Minya, no sul do país, após a queda do presidente islâmico Mohamed Mursi, um importante membro da Irmandade.
O movimento que resultou na saída do ex-presidente do poder ocorreu em Julho passado e foi liderado por Sisi, ex-chefe do Exército. Os actos de violência deixaram um policial morto.
A decisão da corte ocorre dois meses depois do início do julgamento contra Badie, guia geral da Irmandade – agora uma instituição proibida na nação -, e de mais 682 réus pela autoridade religiosa do país, o primeiro passo para a imposição de uma pena de morte.
As sentenças preliminares causaram revolta nos governos ocidentais e grupos de defesa dos direitos humanos. Os Estados Unidos e a União Europeia disseram estar chocados com o resultado do julgamento.
A decisão deste sábado ocorre duas semanas depois de Sisi assumir o poder como presidente, depois de vencer as eleições em Maio. Desde a queda de Mursi, no ano passado, centenas de manifestantes islâmicos foram mortos e milhares, presos.
Durante a campanha presidencial, Sisi afirmou que a Irmandade Muçulmana – o grupo político mais antigo, organizado e bem-sucedido do Egito – tinha acabado e não existiria no seu mandato. A Amnistia Internacional descreveu os veredictos deste sábado como “o mais recente exemplo da tentativa do Judiciário egípcio de esmagar os dissidentes”.