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Tribunal da Ucrânia rejeita recurso e a ex-primeira-ministra continua presa

Uma alta corte da Ucrânia rejeitou, esta Quarta-feira (29), um recurso encaminhado pela ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko contra a sua prisão por abuso de poder, numa decisão que provavelmente vai complicar as já difíceis relações do país com o Ocidente.

“Os juízes da corte chegaram à conclusão de que o apelo não pode ser atendido”, disse o juiz Olexander Yelfimov, ao pronunciar a decisão, inesperadamente rápida.

Os líderes ocidentais condenaram a pena de 7 anos de prisão imposta em Outubro a Tymoshenko, de 51 anos, líder da oposição ao governo, e a qualificaram de perseguição política.

Por isso, os líderes europeus bloquearam acordos estratégicos da Ucrânia com a União Europeia relativos à associação política e uma zona de livre comércio.

Mas apesar de meses de críticas por parte da UE e dos Estados Unidos, que consideram Tymoshenko uma vítima de justiça selectiva, o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, recusa-se a empenhar-se por sua libertação. Ninguém esperava que ela fosse libertada, esta Quarta-feira (29).

Conhecida por seu penteado em estilo camponês e retórica inflamada, Tymoshenko não foi à corte por causa duma persistente dor nas costas que a mantém confinada num hospital estatal no leste da Ucrânia.

Cerca de 300 partidários reuniram-se diante do tribunal a gritarem slogans como “Yulia – Liberdade!” e “Mantenham os condenados dentro e tirem Yulia daí!”.

Em declarações duras, Sexta-feira, Yanukovich disse que não iria negociar a integração do país com a UE ao preço de permitir interferência no caso da ex-primeira-ministra.

A libertação de Tymoshenko, de longe a líder de oposição de maior destaque no cenário político da Ucrânia, parecia altamente improvável, uma vez que a 28 de Outubro haverá eleições legislativas.

O Partido das Regiões, de Yanukovich, disputará a eleição num momento em que está amplamente impopular por causa das reformas que aumentaram impostos sobre pequenos negócios e elevaram a idade para a aposentadoria.

Ele terá que trabalhar duro para manter a sua maioria parlamentar. A condenação de Tymoshenko por abuso de poder refere-se a um acordo sobre o gás feito com a Rússia em 2009, quando ela era primeira-ministra.

O governo de Yanukovich diz que o acordo foi imprudente e selado a um custo enorme para suprimentos estratégicos de gás, o que tem pesado na economia fortemente abalada.

Os promotores públicos pediram que a corte mantivesse a condenação, alegando que a culpa de Tymoshenko ficou claramente provada durante o seu julgamento em Kiev, ano passado.

Ela nega ter traído os interesses nacionais e os seus advogados argumentam que a negociação do acordo de gás com a Rússia foi um acto político que não pode ser qualificado como acção criminosa.

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