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Três quenianos são acusados de terrorismo no Uganda

Três quenianos foram acusados de assassinato e terrorismo pelos atentados à bomba cometidos a 11 Julho, em Kampala, que causaram 76 mortos e deixaram dezenas de feridos, 40 dos quais continuam hospitalizados, informou domingo a imprensa ugandesa. Os suspeitos, identificados como Hussein Hassan Agad, de 27 anos, Mohammed Adan Abdow, de 25, e Idris Magondu, de 42, fazem parte do grupo de cerca de 20 ugandeses, somalis, etíopes e paquistaneses supostamente ligados à organização Al-Shabab que foram detidos pelas autoridades do Uganda por suspeita de relação com os atentados em Kampala.

A Al-Shabab, organização islamita vinculada à Al Qaeda, tenta derrubar o Governo Federal de Transição (TFG, em inglês) da Somália e reivindicou a autoria dos ataques realizados por terroristas suicidas num clube de rugby e num restaurante de comida etíope, onde várias pessoas estavam reunidas para assistir à final do Campeonato do Mundo da África do Sul.

Agad, Abdow e Magondu foram processados na sexta-feira num tribunal de primeira instância de Kampala, mas o magistrado aconselhou que não fizessem declaração de culpabilidade ou inocência até que o julgamento comece, no próximo dia 27 de Agosto, no Alto Tribunal da capital. Ao assumir a autoria dos atentados, a Al-Shabab assinalou que eles foram perpetrados como retaliação pela presença de tropas ugandesas na Missão da União Africana na Somália (AMISOM), que mantém o TFG no poder, liderado pelo Presidente Sharif Sheikh Ahmed, que também conta com o apoio da comunidade internacional.

O grupo islamita realizou vários ataques suicidas dentro da Somália, causando a morte de dezenas de soldados da AMISOM e centenas de civis, mas esta foi a primeira vez que realizou um atentado do tipo no estrangeiro. A organização prometeu continuar os seus ataques no Uganda e noutros países do leste africano que apoiam o Governo somali, mas as autoridades de Kampala afirmam que não se renderão perante as ameaças.

O Uganda contribui actualmente com 3.400 soldados para a AMISOM, enquanto o Burundi enviou 1.600. Embora a ONU tenha desaconselhado os vizinhos da Somália a envolverem-se em operações militares no país, a cimeira da União Africana (UA) aprovou na terça-feira o envio de mais quatro mil soldados para reforçar o contingente militar.

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