Três mil Congoleses atravessaram as fronteiras para se refugiar no distrito de Kanungu, no sul do Uganda devido a combates entre os rebeldes e milicianos ocorridos nestes últimos dez dias no leste da República Democrática do Congo (RDC), segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Com o apoio das autoridades locais, o ACNUR transportou, Quarta-feira última (26), cerca de 900 novos refugiados do posto fronteiriço de Ishasha e Kihihi para um centro de trânsito recentemente reaberto em Matanda, no Uganda.
A Cruz Vermelha ugandesa disse ter registado 460 chegadas até agora. Os refugiados em Matanda, principalmente mulheres e crianças, pediram para ser transferidos para um campo de refugiados do ACNUR em Rwamwanja, aberto em Abril último e que acolhe actualmente mais de 20 mil Congoleses, indicou o ACNUR num comunicado a que a PANA teve acesso em Nairobi, a capital queniana.
Produtos não alimentares são enviados ao centro de trânsito, enquanto medidas estão a ser tomadas para reforçar os serviços de saúde locais. O Programa Alimentar Mundial (PAM) prepara-se para distribuir víveres tendo instalado para o efeito um entreposto temporário.
“As coisas mudam, mas tudo não está ainda no local”, declarou Sakuru Atsumi, representante adjunto do ACNUR no Uganda. Os recém-chegados fugiram desde 18 de Setembro dos combates que opõem principalmente o grupo Hutu (tribo maioritária no Ruanda) das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR, rebeldes ruandeses) aos combatentes da milícia Maï Maï.
As ondas precedentes da deslocação foram provocadas pelos confrontos esporádicos entre as tropas governamentais congolesas e o movimento rebelde congolês do M23, que fizeram 220 mil deslocados internos em Kivu-Norte (leste) obrigando 20 mil outras pessoas a fugirem para o Ruanda.