Centenas de pequenos tremores sacudiram o chão nos últimos dias nos arredores do vulcão Sabancaya, no sul do Peru, e as autoridades, atentas aos estrondos do vulcão e à fumaça que ele expele a até 100 metros de altura, se preparam para retirar os moradores da região.
A agência geológica peruana Ingemmet registrou 536 tremores, cerca de 20 por hora, nos dias 22 e 23 de fevereiro, e esse movimento prossegue. Milhares de pessoas vivem nos vales que cercam o vulcão, e algumas já começaram a deixar a região depois que a atividade sísmica causou danos às suas casas.
A Defesa Civil disse que um dos tremores, no dia 22, danificou 80 casas. O Sabancaya (“língua de fogo” no idioma quéchua), com 6.000 metros de altura, não tem uma erupção significativa há quase uma década. Ele fica sobre a placa tectônica da América do Sul, que força o magma para a superfície quando se choca com a vizinha placa de Nazca.
A Ingemmet disse que desde 15 de janeiro o vulcão expele intermitentemente grandes colunas de fumaça e que essa atividade sísmica é semelhante à que acompanhou uma erupção em 1986. Historicamente ativo, o Sabancaya passou 200 anos adormecido antes de entrar em erupção várias vezes nas décadas de 1980 e 90. Não houve vítimas fatais nessas ocasiões e ele só registra erupções pequenas desde então.
O sul do Peru abriga mais de uma dúzia de vulcões. O Sabancaya está a cerca de 100 quilômetros da cidade de Arequipa, uma das três maiores do país, que recentemente foi atingida por fortes chuvas e enchentes.