Um tribunal de Nova York sentenciou a 25 anos de prisão, esta Quinta-feira, o traficante de armas russo Viktor Bout, preso em 2008 na Tailândia por agentes à paisana dos Estados Unidos e que fizeram-se passar por guerrilheiros colombianos.
Bout, retratadon um livro intitulado “O Mercador da Morte”, havia sido extraditado para os EUA em Novembro de 2010 para que pudesse ser levado ao julgamento.
No tribunal, ele confessou ter aceite vender armas para pessoas que ele pensava serem militantes colombianos interessados em atacar soldados norte-americanos.
Os advogados de Bout disseram que pretendem cancelar a condenação, e dizem que os EUA estão a perseguir um inocente. Eles chegaram a solicitar à juíza Shira Scheindlin que se abstivesse de pronunciar a sentença.
Durante o julgamento, dois agentes do DEA (órgão antidrogas dos EUA) depuseram a contar os detalhes da operação secreta que resultou na prisão do russo.
Um seu ex-sócio, Andrew Smulian, também prestou testemunho em prol da acusação, depois de fazer um acordo com a promotoria em que confessou o envolvimento na falsa venda de armas para o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Segundo a promotoria, Bout teria, durante a reunião num hotel em Bangcoc, prometido cem mísseis terra-ar portáteis e aproximadamente 5.000 rifles AK-47.
O julgamento só dizia respeito a esse caso, mas as autoridades dizem que ele está envolvido no tráfico de armas desde a década de 1990, e que já ajudou ditadores e grupos beligerantes na África, na América do Sul e no Oriente Médio.
De acordo com a promotoria, os contactos de Bout em Bangcoc disseram que as armas seriam usadas para atacar pilotos dos EUA que prestavam assistência ao governo colombiano. “Nós temos o mesmo inimigo”, teria respondido o russo.