Cidadãos moçambicanos, trabalhadores na vizinha República da África do Sul, que vieram à terra natal no âmbito das festividades de Natal e do Fim do ano, vendem, a preços de banana, os produtos valiosos que trouxeram do país onde trabalham, como forma de arrecadar fundos para poderem voltar aos seus postos de trabalho.
O @Verdade testemunha, a partir dos bairros periféricos do Maputo, as situações tristes dos trabalhadores moçambicanos na África do Sul, vulgos mudjoni-djonis, que procuram clientes aos produtos que importaram da África do Sul para fins de uso pessoal ou doméstico.
No que é retalhado pelo grupo social em alusão, o destaque vai para aparelhos como televisores, amplificadores de som, DVDs, colunas entre outros de marcas raras. “Não comprei para revender, vendo porque não tenho dinheiro para voltar a África do Sul”, disse um aludido que procurava, na manhã desta Quarta-feira, no Bairro de Maxaquene, cliente para um colchão à venda no valor de mil e trezentos meticais, com garantia de desconto.
Gastaram tudo nas festas
Questionados sobre a razão pela qual não reservaram dinheiro de transporte para voltarem ao país de trabalho, muitos respondem que haviam reservado, mas, por causa dos preços praticados, para produtos básicos, nos mercados moçambicanos, durante a quadra festiva, tiveram que gastar as reservas financeiras até aos últimos cêntimos.
Alguns dos visados reconhecem que fizeram gastos desnecessários, ou seja, gastos sem os quais as festas teriam decorrido de boa forma. Esses apontam para bebidas alcoólicas em quantidades excessivas, sobremesas de altos custos e passeios não antes planejados.
No mesmo grupo, há aqueles que dizem estar a vender, a preços de banana, os aparelhos que compraram para suas famílias, porque não imaginavam que as matrículas para os seus filhos ingressarem nos ensinos secundário e universitário fossem tão caras, pelo que haviam lhes reservado quantias não suficientes.
“O meu sobrinho terá que optar pela bicicleta ou optar pela matrícula”, disse Alfredo Massango, do Bairro de Hulene, fazendo entender que tem uma bicicleta à venda para poder matricular o seu sobrinho que acabou de ingressar no ensino secundário geral.