Os trabalhadores da Companhia do Búzi queixaram-se, segunda-feira, ao Presidente Armando Guebuza, de estarem a ser devidos indemnizações desde 1994, altura em que passaram para a situação de desempregados devido a paralisação daquela unidade industrial.
São 2.592 trabalhadores que desde aquele ano foram mandados aguardar novas ordens. “Desde então nunca mais fomos chamados a trabalhar muito menos recebermos indemnizações. Já apresentamos o problema a muitas entidades oficiais, incluindo a Assembleia da Republica, mas nada acontece”, disse Bernardo Mapasse, um ex-trabalhador da Companhia do Búzi, no comício orientado por Guebuza, na localidade de Bândua, na sequencia da presidência aberta e inclusiva de quatro dias a Sofala, Centro de Moçambique. Nesta província, Guebuza visitará ainda os distritos de Maríngue, Cheringoma e Marromeu.
A Companhia do Búzi retomou recentemente a produção de álcool, e a cana-de-açúcar que produz é vendida a açucareira de Marromeu.
No comício, a população do Búzi pediu mais fontes de água para evitar que as populações sejam atacadas pelos crocodilos sempre que vão ao rio Búzi a busca do precioso líquido.
A população pediu ainda uma antena de telefonia móvel para a localidade de Bândua, mais eficácia no funcionamento do centro de saúde local, e se queixou de actos de corrupção que se registam, tendo como vítimas as pessoas que solicitam bilhetes de identidade.
Naquela ocasião, o Presidente disse que muitos dos problemas que o país enfrenta derivam da pobreza. Segundo o Presidente, este é um mal que impede aos moçambicanos de explorarem integralmente os recursos que têm.
“Temos que continuar a lutar contra a pobreza porque impede aos moçambicanos de explorarem integralmente os recursos que dispomos. Aqui temos a fábrica que não está a funcionar. Temos o rio (Buzi) que para atravessarmos é um problema”, disse o Presidente, referindo-se, por outro lado, as dificuldades que as populações locais enfrentam para atravessar o rio Buzi.
O batelão usado para o efeito, na zona de Guara-Guara, funciona as vezes com dificuldades. Exemplo disso aconteceu hoje, quando o batelão que garante a travessia enfrentou problemas para dar vazão a pressão de viaturas que da vila do Buzi pretendiam atravessar o rio em direcção a localidade de Bandua, e vice-versa.
Guebuza disse as populações locais que tudo o que foi levantado merecerá atenção devida, mas que naquele momento era praticamente impossível dar respostas imediatas. O presidente frisou que a pobreza não é um destino mas sim uma situação em que grande parte dos moçambicanos se encontra.
Ainda segunda-feira, o Presidente orientou uma sessão extraordinária do Governo provincial de Sofala. Terça-feira, Guebuza trabalha no distrito de Maríngue.