Um jovem identificado pelo nome de Edgar Pedro Sitoe, de 26 anos de idade, residente no bairro da Machava-Bedene, no município da Matola, sofreu um acidente durante o trabalho na empresa Moz Tintas, porém, não recebeu nenhuma ajuda do patronato, o qual lhe deve ainda meses de salário. Por isso, ele sente-se injustiçado e largado à sua sorte.
O jovem a que referimos foi contratado em Junho do ano em curso como pintor e devia auferir mensalmente cinco mil meticais. Entretanto, desde o seu vínculo com a Moz Tintas só recebeu dois mil meticais uma vez, em Julho, para além de que o seu contrato não foi feito por escrito.
Edgar Sitoe não sabe por que razão não teve direito ao valor acordado, apesar de não haver nenhum documento escrito sobre essa matéria. O que agasta sobremaneira ao nosso entrevistado é o facto de ninguém da Moz Tintas estar disponível para esclarecer este assunto.
Em relação ao acidente, no dia 25 de Outubro de 2013, Edgar Sitoe caiu das escadas quando se encontrava a pintar um edifício da loja Baiana, sito na Avenida 24 de Julho, na capital moçambicana. Em consequência dessa queda, o jovem fraturou a perna esquerda e foi levado aos Serviços de Urgência do Hospital Central de Maputo, onde foi engessado e aconselhado a andar de muletas para se auxiliar nos movimentos, pois, caso contrário, teria dificuldades de se locomover.
Depois isso, o nosso entrevistado enviou uma mensagem ao patronato a pedir auxílio porque não tinha dinheiro para comprar medicamentos muito menos as muletas de que devia se apoiar na locomoção. Mas ninguém da sua firma se predispôs a ajudá-lo. A vítima recorreu a um vizinho para pedir emprestado muletas.
A relação entre Edgar Sitoe e a Moz Tintas não era saudável há bastante tempo porque o jovem não via os benefícios do seu esforço na empresa há quatro meses, para além de que trabalha em situações muito atentatórias à sua saúde.
“Tenho esposa e duas filhas mas não tenho nada para dar a elas. Neste momento, estou deficiente e preciso de muletas para me deslocar, bem como preciso de meios para me alimentar”, disse-nos Edgar Sitoe.
Depois de várias tentativas para pressionar os dirigentes da Moz Tintas a lhe pagarem os vencimentos em atraso e outros tipos de ajuda em relação à sua saúde que, neste momento está deteriorada, o jovem, insatisfeito, submeteu, a 07 de Outubro, uma queixa no Ministério do Trabalho mas ainda aguarda pelo desfecho, apesar de ele e a empresa terem sido ouvidos pela entidade no 14 de Outubro passado.
Sobre este caso, o proprietário da Moz Tintas, Roberto Maunde, explicou ao @Verdade que não tem nenhuma responsabilidade relativamente ao Edgar Sitoe. Este foi contratado por senhor que fazia parte do projecto Chonga Maputo (um projecto da edilidade e seus parceiros), identificado por António, o qual prestava serviços à empresa. Porém, após receber o dinheiro, o visado desapareceu. Todavia, os seus trabalhadores continuaram a prestar serviços à Moz Tintas e esta não quis expulsá-los na expectativa de que iria pagá-los com o valor da prestação de serviços que seria desembolsado pela edilidade.
Por sua vez, o município de Maputo demorou desembolsar o dinheiro por isso não existem meios para proceder aos pagamentos devido ao atraso das obras. Esta situação deve-se, em parte, ao facto de que os trabalhadores não se fazem aos seus postos constantemente.