Um total de 28 artistas moçambicanos vai-se juntar numa exposição colectiva de artes plásticas, a ter lugar, entre os dias 24 de Novembro e 21 de Dezembro, no Espaço Cultural da Tmcel-IFT, em Maputo, com o apoio institucional da Tmcel-Moçambique Telecom, em parceria com a ACM-Arte e Cultura em Movimento.
Ao apoiar esta iniciativa, a Tmcel pretende demonstrar a sua consciência social e solidarizar-se com a classe artística, no âmbito do impacto negativo do novo coronavírus sobre as suas vidas e, ao mesmo tempo, reconhecer o contributo das artes plásticas no panorama cultural nacional.
O evento, conforme referiu Fernando Fanheiro, um dos curadores da exposição, vai abarcar um conjunto de 49 obras, nas modalidades de pintura, esculturas em madeira e ferro, desenho e cerâmica. “A temática deste mosaico artístico reflecte os momentos marcantes vividos pelos artistas, nomeadamente, a pandemia do coronavírus, a insegurança causada pela guerra, que afecta as zonas Centro e Norte do País, o clamor pela paz, bem como o amor”, indicou.
Para o curador, trata-se de um evento beneficente, que visa apoiar os artistas, através da venda das suas obras, que poderão, deste modo, ser adquiridas e, posteriormente, oferecidas como presentes, durante a quadra festiva.
O artista plástico Pedro Betrufe Mourana, de nome artístico PMourana, é um dos expositores: “Teremos numa única sala mais de duas dezenas de artistas, o que não acontecia há muito tempo. No contexto actual, marcado pela pandemia do coronavírus, a exposição representa uma mais-valia para os artistas, sob ponto de vista de vários aspectos”, afirmou.
Neste certame, PMourana vai participar, através de uma obra relacionada com a Covid-19, que já foi exposta em Istambul, na Turquia. Por sua vez, a artista plástica Delfina Nhatitima considerou que a pandemia do coronavírus fez com que o sector das artes ficasse, igualmente, adormecido, razão pela qual acções como esta que a Tmcel está a empreender têm o condão de reparar essa letargia cultural.
A artista vai expor duas obras que reflectem a paz e a humanidade, para despertar as consciências no sentido de respeitar a vida humana. “É uma exposição única, sobretudo neste momento em que estamos a encarar muitas dificuldades a vários níveis. Este projecto cultural faz com que as pessoas não concentrem os seus pensamentos apenas na doença, nas coisas más, mas também na vida, pois ela existe”, frisou.
Para Domingos Muando, vencedor do 1º Prémio de Escultura na II Bienal TDM, em 1993, é gratificante ver uma empresa dinâmica, como a Tmcel, com uma tradição assinalável na promoção da cultura moçambicana, a dar a mão aos artistas neste momento difícil da pandemia do coronavírus.
“Esta exposição vai-nos ajudar a levar os nossos trabalhos aos verdadeiros apreciadores das artes, o que tem sido difícil realizar desde que entramos neste novo normal, condicionado pelo coronavírus”, concluiu o escultor, cujas obras retratam, entre vários aspectos, a vida da comunidade em forma de fábula.