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Tiranos de hoje, que cantam que não nos vão escravizar e que “socialismo triunfará”, continuam a mentir ao povo sobre real situação de Moçambique

Tiranos de hoje

Foto do partido FrelimoO presidente do partido Frelimo assumiu este domingo que “precisamos de falar com realismo sobre a situação do nosso país ao nosso povo”. No entanto Filipe Nyusi voltou a mentir aos moçambicanos afirmando que a crise que vivemos, desde o segundo ano em que assumiu a Presidência, deve-se às “condições climatéricas adversas e pela quebra do preço dos produtos de exportação”, ignorando que o drama do custo de vida foi catalisado pelas dívidas ilegais que o seu partido fez, violando a Constituição da República, e continua a assumi-las sem o consentimento do povo e que esses empréstimos são o clímax do flagelo da corrupção.

Após pouco mais de dois dias trancados na sua Catedral, na cidade da Matola, na segunda sessão ordinária do Comité Central o presidente do partido no poder revelou que o órgão mais importante no intervalo entre Congressos fez “uma avaliação exaustiva do desempenho do Governo ao longo dos últimos 3 anos tendo constatado que o mesmo foi positivo mercê das medidas adoptadas para: estimular a produção e a produtividade, estabilizar o ambiente macroeconómico, garantir a transparência na gestão da Dívida Pública, reestruturar o sector empresarial do Estado, entre outros”.

Nyusi não especificou que desempenho positivo foi esse mas não é necessária uma investigação exaustiva para ver o drama de falta de médicos e medicamentos na unidades sanitárias, as cada vez piores condições dos professores e o estado em que está a educação no geral, a falta de água que hoje também chegou à capital, ao saneamento inexistente que continua a propiciar a eclosão de doenças, ao transporte deficitário que nem o metro ou os novos autocarros conseguem dar vazão, só para citar alguns dos flagelos que se agravaram nos últimos 3 anos em Moçambique.

“Compatriotas, camaradas, precisamos de falar com realismo sobre a situação do nosso país ao nosso povo. É do conhecimento de todos nós que a partir de 2015, continuada até 2016, o país foi caracterizado por condições climatéricas adversa e pela quebra do preço dos produtos de exportação. Esta situação levou a deterioração da posição externa de Moçambique com profundas implicações na depreciação cambial do metical em relação às principais moedas. A subida dos preços domésticos foi notória, lesando grandemente o cidadão comum com impacto no seu poder de compra. Os investimentos e o poder de compra dos moçambicanos baixou” enfatizou Filipe Nyusi no seu discurso de encerramento da sessão do Comité Central.

“Redução gradual do custo de vida é um processo longo mas inadiável”, e a responsabilização do arquitectos das dívidas ilegais?

Foto do partido FrelimoTendo grande parte da reunião magna decorrido à porta fechada não se sabe o que efectivamente foi analisado e debatido pelos 187 camaradas porém tanto no discurso de encerramento do presidente do partido Frelimo, como no de abertura, as dívidas inconstitucionais da Proindicus, EMATUM e MAM não foram mencionados nem mesmo como o catalisador da crise económica e financeira que vivemos ou da insustentabilidade da Dívida Pública.

Aliás Nyusi deve ter-se esquecido que a economia moçambicana tornou-se dependente dos preços da exportação do carvão e do alumínio justamente porque ao longo das mais de quatro décadas em que o partido Frelimo dirige os destinos do país foi incapaz de diversificar a economia e, apesar dos discursos, tudo indica que apenas irá acrescentar o gás natural aos produtos de exportação mantendo-se independência alimentar no futuro melhor que tarda em chegar.

Ainda no discurso de encerramento Filipe Nyusi declarou que em face da crise o seu Governo “não poderia cruzar braços, assumimos a situação e procuramos imediatamente gerir a crise”. “Foi uma decisão dura e de coragem que tomamos conscientemente embora debaixo de pressões ou ataques, estávamos cientes de que o povo se encontra em maior desvantagem devido as suas baixas rendas, mas não poderíamos deixar de agir sob o risco de deixarmos que o sofrimento se prolongasse por tempo indeterminado. Sabemos que a nossa opção para a redução gradual do custo de vida é um processo longo mas inadiável e os resultados já vão aparecendo com a redução da taxa de inflação e estabilidade cambial”, disse o presidente do partido Frelimo.

Porém Nyusi terá tido outro momento de amnésia não assumindo que as dívidas inconstitucionais que precipitaram a crise em que estamos mergulhados foram orquestradas e operacionalizadas por membros seniores do seu partido, alguns deles presentes do Comité Central.

“Jovem moçambicano não poderá continuar a ser assustado ou a ser alimentado de promessas imaginárias e vazias”, e as promessas de casa e emprego que Frelimo não concretiza?

Importa referir que o sofrimento do povo poderia ser minimizado se o Executivo de Filipe Nyusi repudiasse as dívidas das empresas Proindicus, EMATUM e MAM contudo em vez disso preferiu não só assumi-las sem consultar o povo mas agora está a negociar com os credores das mesmas opções que também não apresentou previamente aos moçambicanos.

É ainda irónico que o presidente da Frelimo tenha referido que o seu Governo garantiu a transparência na gestão da Dívida Pública quando os moçambicanos não foram oficialmente informados sobre a sua actual situação de insustentabilidade e tenham tido de saber sobre isso através dos relatórios do Fundo Monetário Internacional ou da apresentação feita para os credores das dívidas ilegais.

Os jovens foram também destacados no discurso de encerramento da segunda sessão ordinária do Comité Central com uma mirabolante constatação: “Para acelerar a criação do bem-estar da juventude identificamos como necessidades essenciais e imediatas a educação e a formação, o acesso a saúde, a habitação condigna, o emprego, a paz, entre outros. Saímos mais uma vez claros que o jovem moçambicano não poderá continuar a ser assustado ou a ser alimentado de promessas imaginárias e vazias de meios e forças que nunca fizeram, nem deixam fazer, com o simples objectivo de os pressionar ou os manipular”.

Camaradas capitalistas continuam a cantar que o “socialismo triunfará”

Foto do partido Frelimo“A nossa visão conjunta com a nossa juventude foi acertada, os jovens devem assumir com audácia a responsabilidade de ser firmes em convicções, as ideias iluminam a vida e as convicções ditam o sucesso ou fracasso das causas, a maior pobreza espiritual é falta de ideias e convicções. O nosso jovem tem capacidade de inovar e criar, tem coragem de ser pioneiro como foram os jovens de 25 de Setembro, o nosso jovem deve dedicar-se ao trabalho, a vida nunca favorece aos que ficam a espera sentados”, afirmou Filipe Nyusi.

Muita retórica do presidente do partido Frelimo para não admitir que, por exemplo, no que a habitação diz respeito o seu Governo construiu zero casa em 2017 depois de no ano anterior ter edificado somente 268 das 1.775 novas casas que se propôs a construir para os jovens.

Sobre o trabalho Nyusi, e o seu Executivo, mantém a falácia de estarem a criar mais de 300 mil postos de emprego a cada ano quando os números do Instituto Nacional de Segurança Social não mostram nem 10 por centos desses novos trabalhadores.

É ainda paradoxal que os camaradas, hoje capitalistas e soberanos injustos, continuem a cantar que o “socialismo triunfará”, no seu hino, e prometem que “nenhum tirano nos irá escravizar”, no hino de Moçambique.

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