A TEXLOM, fábrica têxtil localizada no Município da Matola, província de Maputo, vai retomar, brevemente, as suas actividades produtivas, após vários anos de paralisação. Neste momento, segundo garantiu a AIM o Ministro moçambicano da Indústria e Comércio, António Fernando, está em curso a formação de pessoal que vai garantir o funcionamento daquele gigante têxtil.
“Os preparativos para o arranque da fábrica encontram-se em fase bastante avançada e, dentro em breve, teremos a Texlom a funcionar”, disse. Trata-se de um investimento da Fundação Aga Khan, que tem por fim a produção de artigos têxteis, fundamentalmente para os mercados moçambicano e regional. A força laboral da fábrica, que se encontra paralisada há vários anos, na sequência da crise que se abateu sobre o sector têxtil moçambicano, será maioritariamente moçambicana e do sexo feminino, em número estimado em mais de uma centena, segundo dados revelados pelos investidores.
O Ministro da Indústria e Comércio revelou a AIM que o Governo conseguiu atrair um grupo de empresários para investir na recuperação de uma outra fábrica têxtil paralisada há vários anos, a Riopele, situada no distrito de Marracuene, igualmente na província de Maputo, Sul do país.
“Os investidores já estão em Moçambique para comprar a Riopele”, frisou António Fernando que, contudo, se declinou a fornecer pormenores, afirmando, por outro lado, que, “para além destas fábricas, temos outras empresas que já estão a produzir” e que foram reabilitadas no âmbito da estratégia do Governo para o sector têxtil e confecções. Segundo aquele governante, “basicamente, o que dissemos na estratégia é que todo aquele que investir neste sector beneficia, durante um período de 10 anos, de isenção de impostos, para além de outras facilidades que tem, por exemplo, na importação de equipamentos”.
Explicou que a medida enquadra-se naquilo que é prática em países onde o sector têxtil apresenta níveis de desenvolvimento bastante elevados, entre os quais a China, Índia e Tailândia, e visa fazer com que os produtos têxteis moçambicanos sejam mais competitivos no mercado internacional. Integra-se também no conjunto de esforços visando a criação de um ambiente favorável ao negócio em Moçambique.
“Eu acredito que com estes progressos que estamos a registar, as indústrias existentes no país serão mais agressivas e vão poder colocar os seus produtos, por exemplo, nos Estados Unidos da América, no âmbito do regime AGOA, ao abrigo do qual Moçambique pode vender, naquele país, os seus produtos livres de direitos”, disse o Ministro.
Entre as fábricas têxteis já em funcionamento figura a Texmo que, na província nortenha de Nampula, que foi vendida recentemente a investidores de origem tanzaniana, após ter permanecido inoperacional durante vários anos. “A fábrica já está a empregar um grande número de trabalhadores”, realçou António Fernando.
De acordo com aquele governante, muitas das empresas recuperadas, para além de proporcionarem postos de trabalho a várias centenas de pessoas, já estão a vender os seus produtos dentro e fora de Moçambique, e outras estão ainda à procura de mercado no estrangeiro.