A tensão permanece no Soweto depois de quatro dias de pilhagem neste bairro histórico do subúrbio de Joanesburgo, na África do Sul. O comissário da Polícia, Lesetja Mothiba, anunciou, sexta-feira, que 39 pessoas foram detidas à noite, elevando o número total de detenções para 121, na sequência da violência envolvendo proprietários locais e estrangeiros de lojas. Pelo menos 80 lojas pertencentes a Somalís, Paquistaneses e Malawianos foram destruídas
Segunda-feira, a violência deflagrou entre os proprietários locais e estrangeiros de lojas em Snake Park, fazendo dois mortos.
Um adolescente sul-africano foi morto, aparentemente por um estrangeiro que teria efetuado um tiro de intimação quando um grupo de pessoas atacou a sua loja. Um estrangeiro foi morto quarta-feira durante as pilhagens.
O proprietário da loja acusado de matar o adolescente compareceu perante um tribunal quinta-feira e lhe foi negada a liberdade provisória.
A Fundação Ahmed Kathrada considerou as violências atuais em Soweto de “xenófobas”, comparando-as à que precedeu à violência xenófoba de 2008 que tinha se espalhado a várias cidades do país e vitimou também cidadãos moçambicanos a residirem e trabalhar na chamada “terra do rand”
. “Consideramos estes ataques como xenófobos e condenamos-os”, disse o diretor da Fundação, Neeshan Balton.