As taxas de juro do crédito à economia praticadas pela banca comercial moçambicana estão em vias de reduzir devido à queda em 100 pontos-base, para 10,50%, da taxa de Facilidade Permanente de Cedência (FPC), medida que acaba de ser tomada pelo Banco de Moçambique (BM).
A mesma instituição também reviu em baixa a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) em 50 pontos-base, para 2,50%, com efeitos imediatos, e manteve inalterado o coeficiente de Reservas Obrigatórias em 8%, medidas tomadas porque a inflação está com tendência regressiva em Moçambique.
Esta tendência irá continuar a pressionar para baixo as taxas de juro do crédito à economia, segundo entendidos ouvidos pelo Correio da manhã, esta Quinta-feira (13), em Maputo, sobre as actuais perspectivas que se esperam com a inflação a baixar no país.
Em Agosto passado, a inflação caiu em 0,02%, cenário que se regista há três meses consecutivos e foi interrompido em Julho deste ano, altura em que aumentou a carestia de vida em cerca de 0,03%, devido à subida de preços observada em Nampula em 0,27%.
Este agravamento contrariou o impacto das deflações registadas nas cidades de Maputo e Beira, ambas de -0,1%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), realçando que a inflação mensal observada em Nampula deveu-se à subida de preços na classe de alimentos e bebidas não alcoólicas e de transportes.
Metical
Entretanto, a forte apreciação, em termos anuais, do Metical face ao Rand, está na origem de boas perspectivas da continuada baixa da inflação, em Moçambique, até finais do presente ano de 2012, uma vez que o país importa da África do Sul parte significativa de bens de primeira necessidade, com impacto no cabaz da maioria da população moçambicana.
Enquanto isso, a moeda nacional apresentou alguma volatilidade, em Julho, face às moedas dos principais parceiros comerciais do país, depreciando-se em 1,15% contra o Rand e 1,17% contra o Dólar norte-americano, mas ganhou 1,89% face ao Euro.
O saldo de Reservas Internacionais Líquidas (RILs) atingiu um novo máximo histórico de 2409,4 milhões de dólares norte-americanos, o que representa uma cobertura de importações de cinco meses, suportada pela entrada de divisas no âmbito dos grandes projectos de recursos naturais e pelo desembolso de fundos da ajuda externa na ordem dos 110,6 milhões de dólares.
Em termos anuais, o Metical registou, pela primeira vez nos últimos 16 meses, uma depreciação face ao Dólar, de 1,3%, mas manteve apreciações assinaláveis de 17% face ao Rand e 13% contra o Euro.
Prevê-se para os próximos tempos que o nível confortável de reservas e a continuidade dos fluxos de investimento estrangeiro ajudem a reduzir a relativa volatilidade da moeda nacional.