Tanques sírios bombardearam áreas da oposição em Homs na madrugada de Quarta-feira e a Cruz Vermelha tentou pelo sexto dia entrar no distrito de Baba Amr, um ex-reduto rebelde onde ativistas relataram represálias sangrentas pelas forças do presidente da Síria, Bashar al-Assad. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que era apenas uma questão de tempo para Assad deixar o cargo, descrevendo o tumulto na Síria como “doloroso e ultrajante”, mas opôs-se a uma chamada de um senador norte-americano para uma ação militar de seu país para forçá-lo a sair.
Nenhuma testemunha independente teve permissão de entrar em Baba Amr desde que as tropas do governo retomaram o local na sexta-feira, depois de quatro meses de cerco, aumentando as preocupações com o destino de 4 mil civis que podem ter permanecido no distrito destruído.
Ativistas opositores locais disseram que tropas e milicianos pró-Assad que ocupam Baba Amr mataram sete homens, incluindo um menino de 10 anos, da família Berini com facas. “Eles foram esfaqueados até a morte ontem (terça-feira). Os seus corpos foram atirados num terreno rural perto de Baba Amr”, disse Mohammed al-Homsi à Reuters.
A Síria impôs restrições severas à imprensa, o que impossibilita a confirmação imediata dos fatos, embora a Organização das Nações Unidas (ONU) já tenha compilado evidências de abusos que caracterizam crimes contra a humanidade.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que um comboio de ajuda destinado a Baba Amr aguardava permissão para entrar no bairro desde sexta-feira.
“Não conseguimos ainda”, disse o porta-voz sediado em Damasco, Saleh Dabbakeh. O mundo ainda não conseguiu interromper um ano de confrontos sangrentos desde que muitos sírios iniciaram os protestos contra Assad, o que tem se mostrado ser a maior e mais violenta das revoltas árabes contra líderes.
Na ONU, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e o Marrocos se reuniram na terça-feira para discutir o rascunho de uma resolução para exigir o fim da repressão do governo sírio aos manifestantes, um texto que alguns diplomatas ocidentais consideraram muito fraco.
De acordo com um trecho visto pela Reuters, o documento exige “acesso humanitário sem entraves” e “condena a continuação das violações generalizadas, sistemática e grave dos direitos humanos e das liberdades fundamentais por parte das autoridades sírias”.