Na Cidade da Beira, o cidadão nacional que responde pelo nome de Cândido Elias Sumbula Matavele, mais conhecido por “Boss Candrinho”, na sequência de informações insistentes que o associam a rede de rapto de menores alegadamente para actos supersticiosos que permitem gerar riqueza fácil, afirma que continua a levar uma vida aterrorizada, que nem uma cobra, réptil que os seres humanos não poupam sempre que verem.
Cenário idêntico acontece no Distrito de Caia, a cerca de quatrocentos quilómetros da Cidade da Beira, onde o professor primário e secretário local da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), Brisito Lourenço Marques, afirma que deixou de circular normalmente com a sua viatura desde o passado dia 11 de Setembro, receando que a mesma possa vir a ser destruída por populares depois de ter sido confundida como sendo o meio circulante usado por supostos raptores de menores naquela circunscrição.
Refira-se que a agitação popular em Sofala em torno do alegado rapto de menores iniciou em Agosto do ano passado, quando surgiu a primeira suspeita que associa o famigerado “Boss Candrinho” a rede de raptores de menores, alegadamente actuava com maior incidência nas escolas de pelo menos três bairros da Cidade da Beira, nomeadamente Passagem de Nível, Chamba e Matadouro.
Lembre-se quando tudo começou pairou um ambiente de extrema violência sobretudo nos bairros periféricos da Cidade da Beira que resultou no linchamento de um indivíduo suspeito de também pertencer a alegada rede no Bairro do Matadouro, ferimento de vários cidadãos incluindo três agentes da PRM, além da destruição de viaturas e bens pertencentes ao concidadão Cândido Elias Sumbula Matavele, mais conhecido por “Boss Candrinho”.
Passado cerca de um ano, cenário idêntico esteve quase a repetir-se na Vila Sede do Distrito de Caia. Valeu a pronta colaboração de um dos suspeitos pelos populares de encabeçar uma suposta rede de raptores de crianças, nomeadamente o comerciante local Arlindo Bica, o qual permitiu aos que o suspeitavam a ter acesso a todos compartimentos do seu estabelecimento comercial e da sua residência a fim destes vasculharem até que acabaram por provar a sua inocência.
Na sequência do boato que mencionava o seu nome como fazendo parte da rede dos raptores de menores, já havia um grupo de populares posicionado defronte das suas propriedades para invadir e retirar ilicitamente os seus bens sob pretexto de revolta e vingança popular como tem sido apregoado.
No meio de toda confusão gerada tudo acabou sobrando para o jovem professor Brisito Lourenço Marques, que é igualmente o secretário distrital da OJM em Caia, ora impedido de cirrcular livremente com a sua viatura com medo de a mesma poder vir a ser destruída por populares os quais alegam tratar-se do meio de transporte usado no rapto de menores.
Trata-se de uma viatura da marca Nissan Terrano, de cor preta e com vidros fumados a qual, segundo apuramos, por uma questão de medida de segurança encontra-se parqueada no Comando Distrital da PRM desde o dia que começou a ser referenciada em Setembro último.
Uma fonte da PRM em Caia confirmou ao nosso jornal que de facto a viatura encontra-se parqueada nas instalações do comando distrital apenas para a sua protecção, para evitar uma eventual destruição por populares, uma vez ter sido suspeita de transportar raptores de crianças, na sequência do boato ocorrido em Agosto último.
A menção da referida viatura no transporte de presumíveis raptores de crianças surgiu depois de a mesma ter sido vista a frequentar muitas vezes a residência do comerciante Bica, o primeiro a ser associado a rede de raptores de crianças em Caia.
Na verdade, segundo explicounos a fonte policial, a viatura era conduzida à residência do referido comerciante para efeitos de reparação.
Na residência do comerciante Bica, no Bairro Daf, O Autarca apurou que funciona lá uma oficina.
A suspeita da referida viatura ganhou expressão quando alguns cidadãos em Caia afirmaram ter visto o “Boss Candrinho” a se fazer transportar nela.
Nesse dia a Vila de Caia viveu momentos de extrema agitação, vendose sobretudo mulheres correrem dum lado para outro a procura de localizar os seus filhos que na altura alguns se encontravam na escola e outros a brincar.
Entretanto, não foi provada a presença do “Boss Candrinho” em Caia, muito menos ter circulado na referida viatura.