Supostos jihadistas mataram 40 tuaregues, na maioria homens jovens, em dois ataques na região de Menaka, no norte do Mali, no que o governador local disse parecer ser calculado para acender um conflito étnico entre tuaregues e pastores fulanis.
O governador de Menaka, Daouda Maiga, disse à Reuters por telefone que o ataque aconteceu nos vilarejos remotos de Awakassa na sexta-feira e de Anderanboucane, um dia antes. Grupos jihadistas são vistos como a maior ameaça à segurança na região africana do Sahel.
Os grupos se mostraram hábeis em explorar tensões locais entre grupos étnicos para provocar discórdia —como as tensões entre tuaregues, na maioria de pele mais clara, e pastores fulanis negros por conta de escassos pontos de água no Saara. Bajan Ag Hamatou, um deputado local, confirmou o ataque, assim como o prefeito da cidade de Menaka, Nanout Kotia.
A violência crescente no Mali levantou dúvidas sobre a viabilidade de eleições marcadas para o final de julho, quando o presidente Ibrahim Boubacar Keita irá buscar um segundo mandato.
A ramificação saariana do Estado Islâmico é ativa na região de Menaka fronteiriça ao Níger. O grupo é comandado por um norte-africano chamado Adnan Abu Walid al-Sahrwi, mas a maioria de seus combatentes é fulani.
“As mortes foram principalmente de jovens, nenhuma mulher ou criança, na maioria em idade em que podem carregar armas”, disse Maiga. Entre as vítimas estão muitos membros da milícia tuaregue Movimento Nacional para a Salvação de Azawad.