A Suíça vai manter condições tributárias especiais para estrangeiros ricos no país, o que inclui celebridades da música e dos desportos, mas vai aumentar a cobrança de impostos, conforme a decisão parlamentar aprovada na noite da Quarta-feira (12).
Os social-democratas, de centro-esquerda, queriam eliminar esses benefícios, mas acabaram por ceder a um plano governamental que eleva a carga tributária sem eliminar totalmente o sistema.
“Com essa reforma, queremos melhorar e fortalecer a aceitação do imposto de alíquota única”, disse ao Parlamento a ministra das Finanças, Eveline Widmer-Schlumpf, acrescentando que 80 por cento dos envolvidos passarão a pagar mais impostos.
Mais de 5 mil estrangeiros ricos já instalaram-se na Suíça, atraídos em parte pelos benefícios tributários, a cobrança de impostos com base no valor dos aluguéis dos imóveis, e não no total da renda ou do património. Essas pessoas são proibidas de trabalhar no país.
Entre os beneficiários estão personalidades como o piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, os cantores Phil Collins e Tina Turner e o empresário sueco Ingvar Kamprad, dono da rede de lojas de móveis Ikea, que mudou-se para a Suíça em 1976.
Os referendos realizados nos últimos anos eliminaram os benefícios para os ricos nos cantões de Zurique, Schaffhausen e Appenzell, e o sistema enfrenta uma crescente oposição da opinião pública.
No próximo dia 23, a questão será tema de um referendo no cantão de Berna, onde fica a localidade alpina de Gstaad, frequentada por ricos e famosos do mundo todo.