Os governos do Sudão e do Sudão do Sul querem demarcar, nos próximos meses, a sua volátil e mal definida fronteira, disse uma autoridade sudanesa, esta Quinta-feira, num facto que pode levar a uma redução das tensões entre os dois países africanos.
A demarcação, porém, não incluiria cinco áreas ainda disputadas, segundo Yahya al-Hussein, que integra a equipe negociadora de Cartum.
O Sudão do Sul tornou-se independente em Julho do ano passado, conforme estipulava um acordo de paz de 2005 que encerrou décadas de guerra civil no Sudão.
Mas as questões como a demarcação de fronteiras e a divisão da indústria petrolífera continuam a gerar atritos.
As disputas tribais, as reivindicações territoriais sobrepostas, os conflitos com os rebeldes e a presença de campos petrolíferos economicamente vitais têm inviabilizado as tentativas de definir os limites nacionais exactos.
“As duas partes concordaram começar a desenhar a fronteira imediatamente e terminar o trabalho dentro de três meses, se as condições operacionais permitirem”, disse Hussein a jornalistas.
Segundo ele, desde 2009, há acordo sobre 90 por cento da fronteira. Os dois países têm realizado reuniões, esta semana, na Etiópia, para discutir as questões da fronteira e do petróleo, entre outras.
Cerca de 2 milhões de pessoas morreram na guerra civil entre o norte e o sul do Sudão, ocorrida de forma quase contínua entre 1955 e 2005, e que envolveu aspectos de ideologia, etnia, religião e controle do petróleo.