O ex-director-gerente do FMI, Dominique Strauss-Khan, foi liberto da prisão, esta Quarta-feira, depois de ser interrogado pela polícia francesa durante dois dias por suspeita de envolvimento num caso de prostituição.
Strauss-Khan, cujo cargo no FMI e as chances de tornar-se o próximo presidente da França acabaram em Maio depois de ser preso em Nova York por acusações hoje arquivadas de abuso sexual, terá que apresentar-se a um juiz para um novo interrogatório , disse uma fonte do tribunal, sem dizer a data.
“Ele respondeu a todas as questões”, disse o advogado de Strauss-Kahn, Frederique Beaulieu. “O facto de ele ter sido autorizado a sair é uma coisa boa, é normal que ele seja liberto se respondeu a todas as perguntas.”
A investigação concentra-se nas alegações de que uma rede de prostituição organizada por colegas de Strauss-Khan abastecia clientes do luxuoso Hotel Carlton, em Lille.
A polícia quer saber se o hoje, desempregado, Strauss-Khan sabia que as mulheres presentes nas festas que ele frequentava em Lille, Paris e Washington eram prostitutas.
O seu advogado disse que ele não tinha por que descobrir se as mulheres eram prostitutas, observando que nem sempre era fácil ver diferenças entre uma “mulher de classe” e uma prostituta quando ambas estavam nuas.
Os investigadores agora podem abandonar as acusações ou colocar Strauss-Khan formalmente sob investigação.
Ele pode ser acusado de cumplicidade numa operação que intermediava prostitutas ou por ter se beneficiado de fundos desviados de empresas, se for constatado que ele sabia que as festas com prostitutas nas quais compareciam executivos eram pagas pelas empresas.
Strauss-Khan, de 62 anos, não deu declarações ao chegar de carro para ser interrogado, na manhã da Terça-feira, na delegacia da polícia de Lille.
Ele demitiu-se do cargo de chefe do Fundo Monetário Internacional depois de ter sido acusado de tentar estuprar uma camareira de hotel de Nova York.
Os promotores norte-americanos abandonaram as acusações criminais contra ele por desconfiarem da credibilidade da ré.
Na sua volta para a França, em Setembro, os promotores franceses arquivaram uma queixa de agressão sexual feita por uma escritora francesa porque ela teria apresentado a queixa quase uma década depois do evento, e tarde demais sob a lei estatuária.
Então surgiu o caso de Lille, com fugas de informação implacáveis na imprensa, a sujarem ainda mais a reputação de Strauss-Kahn.