A Somália lidera os países onde os jornalistas são mortos impunemente, anunciou segunda-feira o Comité de Protecção dos Jornalistas (CPJ).
Num comunicado transmitido à PANA, o CPJ revelou, com base num seu novo relatório intitulado “Getting Away With Murder” (Cometer crimes Impunemente), a Somália foi apontada como sendo a líder, ultrapassando pela primeira vez o Iraque desde que esta instância de defesa dos direitos dos jornalistas iniciou a compilação do Índice de Impunidade no Mundo em 2008.
“Vários jornalistas morreram anualmente na Somália desde a década passada e o Governo mostrou-se incapaz ou pouco disposto a realizar inquéritos”, lê-se no comunicado.
A emboscada montada contra uma caravana no Sudão do Sul e os assassinatos de blogueiros no Bangladesh posicionaram estes dois países no Índice Mundial da Impunidade do CPJ dos países onde jornalistas foram mortos com toda impunidade.
Mais recentemente, o relatório indica que o Estado islamita raptou e assassinou pelos menos dois jornalistas, mas a violência e o controlo renhido da informação não permitiram ao CPJ elaborar com precisão relatórios sobre casos suplementares.
A instância de protecção da liberdade da imprensa sublinhou que apenas a Colômbia publicou bastantes condenações devidas a assassinatos de jornalistas e a uma diminuição da violência para já não figurar na lista desde 2014.
Segundo o CPJ, na última década, 270 jornalistas foram assassinados e entre eles, 96 porcento são jornalistas locais e apenas dois porcento dos seus patrocinadores foram processados.
A Organização Não Governamental (ONG) revelou, para o Dia Internacional de Luta contra a Impunidade de 2015, ter participado na campanha “Cessar de Matar os Jornalistas ! Prevenção e Justiça para Pôr Termo à Impunidade”, organizada segunda-feira última em Londres (Inglaterra) e na conferência comemorativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para pôr termo aos assassinatos de jornalistas ocorridos em Outubro último em San José, na Costa Rica.