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Sociedade civil pede ao presidente da Guiné-Bissau que retifique a sua decisão

Representantes da sociedade civil pediram ao presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, que rectifique a sua decisão de cessar o governo do primeiro-ministro Simões Pereira após uma crise institucional entre ambos, que pertencem ao Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Na noite de quarta-feira, Vaz aprovou um decreto presidencial segundo o qual o governo de Pereira ficava substituído das suas funções de forma imediata por uma perda de confiança e acusou o Executivo de corrupção, nepotismo e obstrução à justiça.

O Movimento da sociedade civil, através do seu presidente, Jorge Gomes, reivindicou no final da noite de ontem que Vaz dê volta atrás na sua decisão e opte por apresentar perante o Ministério Público as provas necessárias que apoiem as suas acusações de corrupção para que a Procuradoria possa abrir uma investigação. Além disso, e para evitar uma escalada da tensão, representantes sociais também pediram às forças de segurança que se mantenham à margem da disputa política e não tomem partidos para resolver a crise de forma pacífica.

A intenção de José Mário Vaz é nomear um novo primeiro-ministro após uma ronda de consultas com várias formações políticas, mas irá encontrar-se com a oposição do seu próprio partido, já que as normas internas exigem que o presidente do PAIGC, ou seja, Simões Pereira, seja nomeado primeiro-ministro.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, implicou-se pessoalmente nos esforços da comunidade internacional para evitar um novo episódio de instabilidade no país africano. A antiga colónia portuguesa, uma das nações mais pobres do mundo, sofreu contínuos levantamentos militares desde a sua independência de Portugal em 1974, com uma única etapa de “paz política” durante os 23 anos de ditadura militar de João Bernardo “Nino” Vieira, que foi derrubado em 1999.

Em 2012 houve um novo levantamento que foi castigado por parceiros e países doadores, que suspenderam as suas ajudas ao desenvolvimento e arrastaram este pequeno país de África Ocidental, afectado pelo narcotráfico e a corrupção, a uma profunda crise política e económica.

Em 2014 restaurou-se o sistema democrático e realizaram-se eleições multipartidários que terminaram com a vitória do PAIGC tanto nas presidenciais como nas gerais e ostenta 57 das 102 cadeiras do parlamento.

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