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Socialistas querem investigar mais um líder de oposição na Venezuela

Os parlamentares do Partido Socialista pediram, esta segunda-feira (23), a abertura de um inquérito sobre mais um líder de oposição venezuelano acusado de conspirar contra o presidente do país, Nicolás Maduro, apenas alguns dias depois de o prefeito de Caracas ter sido preso sob acusação semelhante.

A oposição teme que uma investigação contra Julio Borges, um parlamentar e coordenador nacional do partido Primero Justicia, possa ser o sinal de uma repressão mais ampla. Os inimigos de Maduro o acusam de tentar distrair a atenção dos venezuelanos da grave crise económica e intimidar a oposição, que está optimista em ganhar o controle do Parlamento numas eleições marcadas para este ano.

“Hoje vamos ao gabinete do procurador público solicitar uma investigação preliminar contra Borges”, disse o líder do bloco socialista no Parlamento, Pedro Carreno, no Twitter. “Se houver elementos para condenação, isso requer que a Suprema Corte organize uma audiência prévia.” O pedido para investigar Borges ocorre poucos dias depois da prisão do edil de Caracas, Antonio Ledezma, acusado de conspirar com radicais violentos.

Os representantes do governo e a mídia estatal afirmam que Ledezma e Borges envolveram-se numa conspiração de golpe liderada por oficiais da Força Aérea com o apoio dos Estados Unidos.

Os acusados dizem que as denúncias contra eles são falsas e servem de cortina de fumaça para a grave recessão económica, acompanhada por inflação anual próxima a 70 por cento e um crónico desabastecimento do país. “Precisamos estar preparados para o caso de o governo deter ilegalmente Julio Borges a qualquer momento”, disse nesta segunda-feira o líder de oposição, Henry Ramos, de acordo com a mídia local.

Borges, um advogado e político veterano, é crítico de longa data do governo em relação à corrupção e ao mau uso da riqueza petrolífera do país. Ele ganhou proeminência em 2013, quando recebeu um soco na cara durante uma discussão no Parlamento. Ele afirmou que está focado em reverter a maioria do governo nas próximas eleições.

A data do pleito ainda não foi marcada.  Os apoiantes do governo recordam com frequência aos eleitores que Borges apoiou um golpe de curta duração contra o predecessor de Maduro, Hugo Chávez. O presidente da Assembleia Nacional, Diosdalo Cabello, acusou-o recentemente de planear em 2014 o assassinato de Leopoldo López, outro líder de oposição preso, para instigar o caos no país.

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