O analista de inteligência norte-americano Edward Snowden está na disputa por um prémio de direitos humanos europeu que já teve como ganhadores Nelson Mandela e a líder de oposição de Myanmar Aung San Suu Kyi. Snowden, que é procurado pelos EUA e está asilado na Rússia, é um dos sete nomes indicados por membros do Parlamento Europeu para o Prémio Sakharov pela liberdade de pensamento.
A indicação provavelmente vai desagradar a Washington, que quer julgá-lo por acusações de espionagem. Snowden foi nomeado pelos Verdes no Parlamento Europeu, que disseram que ele prestou um “enorme serviço” pelos direitos humanos e aos cidadãos europeus por ter feito revelações sobre programas dos EUA para vigilância da Internet e de telefonemas.
“Edward Snowden arriscou a sua liberdade para nos ajudar a nos protegermos e ele merece ser homenageado por ter lançado luz sobre sistemáticas infracções a liberdades civis feitas pelos serviços secretos dos EUA e da Europa”, disseram as líderes dos Verdes, Rebecca Harms e Dany Cohn-Bendit.
As revelações de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) monitora grandes quantidades de dados de email e telefonia tanto de norte-americanos como estrangeiros, assim como relatos de que Washington espionou países da União Euopeia, causaram indignação nas capitais da Europa.
Os outros nomeados incluem Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que levou um tiro na cabeça do Taliban no ano passado por cobrar educação para meninas, e o ex-magnata do petróleo russo Mikhail Khodorkovsky, um crítico do presidente Vladimir Putin que foi condenado por lavagem de dinheiro, evasão fiscal e fraude.
Os comités do Parlamento Europeu votam numa lista final de três nomes a 30 de Setembro. O vencedor será escolhido pelos líderes parlamentares a 10 de Outubro.