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Sites da internet fazem ‘apagão’ em protesto contra lei antipirataria nos EUA

A enciclopédia on-line Wikipedia retirou do ar as suas páginas em inglês por 24 horas e o gigante da internet Google ocultou o seu logo com uma tarja preta no início desta quarta-feira, um dia de protestos contra projetos de lei antipirataria estudados pelo Congresso dos Estados Unidos. “Atenção estudantes! Façam os seus trabalhos a tempo. A Wikipedia irá protestar nesta quarta-feira contra uma lei má”, escreveu na sua conta do Twitter Jimmy Wales, fundador da enciclopédia participativa on-line.

A Wikipedia, que no dia 15 de janeiro comemorou seu décimo primeiro aniversário, afirma ser a mais importante enciclopédia do mundo, com mais de 20 milhões de artigos publicados em 282 línguas. “Os últimos detalhes estão em estudo, mas o consenso parece ser o de realizar um ‘apagão’ total, e não parcial”, disse Wales.

“Isto será estupendo. Espero que a Wikipedia faça o sistema telefônico de Washington explodir nesta quarta-feira. Passem esta mensagem a todos os seus conhecidos”, acrescentou.

Outros provedores populares de serviços da internet nos Estados Unidos, como Reddit e Cheezzburger, uniriam-se ao movimento de protesto.

A Lei “Stop Online Piracy Act” (Ato para o fim da pirataria on-line, SOPA, em inglês) está a ser estudada na Câmara de Representantes americana, enquanto a Lei de Proteção da Propriedade Intelectual (IP), que se encontra no Senado, tem por objetivo combater a pirataria on-line.

Os projetos de lei ganharam o apoio de Hollywood, da indústria da música e da Câmara de Comércio americana, entre outras agremiações.

Em meados de dezembro, vários dos gigantes da internet, como eBay, Facebook, Google, Twitter, Yahoo! e Wikipedia, publicaram uma carta aberta manifestando a sua preocupação por estes projetos de lei. Segundo estas empresas, as propostas legais “dariam ao governo americano o poder de censurar a internet e utilizar procedimentos similares a aqueles empregados por China, Malásia ou Irão”.

“Todos nós tivemos a oportunidade de fundar grupos ou associações (…) que promovam o espírito empresarial, a inovação, a criação de conteúdos e a livre expressão on-line”, escreveram, afirmando temer que o ambiente que lhes permitiu seu sucesso seja colocado em questão pelos legisladores.

“Somos contra estes projetos de lei porque eles não são mais do que formas astutas de fechar sites estrangeiros julgados como agressivos, sem ter que pedir às empresas americanas que censurem a internet”, disse na terça-feira um porta-voz do Google, anunciando que a empresa se unirá ao movimento de protesto desta quarta-feira ocultando seu logo com uma tarja preta.

A Casa Branca distanciou-se este fim de semana dos projetos de lei examinados pelo Congresso. “Consideramos que a pirataria na internet é um grave problema que precisa de uma resposta legislativa séria, mas não apoiaremos uma legislação que reduza a liberdade de expressão, aumente os riscos para a segurança cibernética e mine o dinamismo e o caráter inovador da internet mundial”, disse a Casa Branca em um comunicado.

Já o dono do gigante dos meios de comunicação News Corp, Rupert Murdoch, que apoia a legislação em estudo, denunciou na sua conta do Twitter as pressões da “blogosfera”, “aterrorizando” os senadores e congressistas que teriam se comprometido a apoiar estas polêmicas leis, e que poderiam levá-los a recuar.

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