As forças do governo sírio continuaram a bombardear Aleppo por terra e ar na madrugada desta Quarta-feira (1), mas os rebeldes disseram que os soldados foram forçados a recuar das suas posições na cidade, a maior do país.
Durante toda a Terça-feira (31), grandes nuvens de fumaça preta erguiam-se depois dos ataques de helicópteros contra bairros na zona leste, algo que não havia ocorrido desde o início da batalha.
Posteriormente, um avião MiG também bombardeou a região. Já de noite, jornalistas da Reuters em Aleppo ouviram violentas explosões nos arredores da cidade.
Pelo menos dez saraivadas de mísseis iluminaram o céu e abafaram o som do chamado para as preces islâmicas. Carros cheios de rebeldes que gritavam “Deus é grande” corriam na direcção dos combates.
A guerra civil da Síria entrou numa nova fase desde 18 de Julho, quando uma bomba matou quatro membros do alto escalão do regime de Bashar al Assad.
Nos últimos dias, os combates chegaram a Aleppo, que em 16 meses de conflito havia ficado praticamente de fora da violência. A batalha por esse polo comercial de 2,5 milhões de habitantes pode ser decisiva para o destino de Assad.
Alguns dos piores combates acontecem no bairro de Salaheddine, na zona sudoeste da cidade, alvo duma chuva de mísseis durante o dia todo. Os jornalistas da Reuters observaram que nem o Exército sírio nem os rebeldes controlam totalmente o bairro.
Domingo (29),, o governo disse ter eliminado os rebeldes do lá. Com lojas fechadas, sem sinal de vida nas ruas, Salaheddine parece o que um jornalista chamou de “cidade fantasma”.
Os combatentes rebeldes, com os rostos cobertos por lenços ou capuzes, disparavam metralhadoras e fuzis nas esquinas contra inimigos invisíveis. Os civis e combatentes feridos eram levados para ambulatórios improvisados.
A TV estatal síria disse, esta Terça-feira (31), que os soldados continuam a perseguir os “terroristas” remanescentes. O termo é frequentemente usado na imprensa governamental para descrever os combatentes rebeldes.
Cerca de 18 mil pessoas tiveram de fugir das suas casas em Aleppo, e muitos moradores assustados buscaram refúgio nas escolas, mesquitas e prédios públicos, segundo as cifras divulgadas em Genebra pelo Acnur (agência de refugiados da ONU).