As forças sírias colocaram minas perto da fronteira com o Líbano e com a Turquia, ao longo de rotas que são usadas para fugir do conflito na Síria, afirmou o grupo de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), Terça-feira.
O relatório da entidade documentou diversos relatos de testemunhas na Turquia, Líbano e Síria que haviam visto tropas sírias a colocar as minas ou que foram feridas por elas.
Os activistas de oposição que lideram uma revolta de quase um ano contra o regime do presidente Bashar al-Assad usam o Líbano e a Turquia para levar comida, remédios e armas ao interior do país.
Milhares de sírios também fugiram da violência para os países vizinhos. “Qualquer uso de minas terrestres contra pessoas é inconcebível”, afirmou o director da Divisão de Armas do HRW, Steve Goose.
“Não há absolutamente nenhuma justificativa para o uso destas armas indiscriminadas por qualquer país, em qualquer lugar, por qualquer motivo.”
A Síria utilizou este tipo de mina pela última vez durante o conflito de 1982 com Israel no Líbano, afirmou o relatório.
Acredita-se que a quantidade da Síria consiste principalmente em minas de origem soviética-russa, complementou o documento.
A Turquia aderiu ao Tratado Internacional de Banimento de Minas, a 25 de Setembro de 2003. A Síria e o Líbano recusaram-se a assinar o tratado, que exigiria que todas as minas terrestres fossem eliminadas do país.
Nadim Houry, pesquisador do HRW para Síria e Líbano, disse à Reuters que era muito difícil obter o número exacto de pessoas feridas por minas plantadas pela Síria, pois a maioria dos incidentes ocorre do lado sírio da fronteira.
A ONU diz que mais de 7.500 pessoas morreram durante a revolta contra o governo de Assad. A Síria disse, em Dezembro, que os “terroristas” haviam matado mais de 2.000 soldados e policiais.