A Sérvia esta interessada em restabelecer as relações bilaterais com Moçambique. O facto foi avançado no domingo, em Maputo, pelo enviado especial daquele país europeu, Georan Vujicic, momentos depois de ter sido recebido em audiência pelo estadista moçambicano, Armando Guebuza.
Falando a jornalistas, Vujicic disse que o seu país está interessado em restabelecer as suas relações com Moçambique em todas as áreas possíveis. “Estamos no processo de reavivar as nossas relações.
Como sabem, a Sérvia vem da antiga Jugoslávia e nós não nos esquecemos dos nossos amigos, apesar dos problemas registados nas últimas décadas”, afirmou Vujicic. Mas esta não é a mensagem principal trazida pelo enviado do Presidente sérvio, Boris Tadiæ, para Moçambique.
Com efeito, Vujicic era portador de uma mensagem do seu Presidente em que se descreve as acções a serem levadas a cabo pela Sérvia depois da opinião do Tribunal Internacional da Justiça sobre a legalidade da independência do Kosovo, província do Sul da Sérvia que, em 2008, se declarou independente.
Esta questão polémica foi objecto de análise da mais elevada instância judicial das Nações Unidas que mês passado anunciou que a declaração de Kosovo não “violou o direito internacional”, pois “não há norma no direito internacional que não permita declarações de independência”.
Entretanto, a Sérvia não concorda com esta decisão e disse que nunca irá reconhecer a independência do Kosovo e prometeu lutar, com o apoio da comunidade internacional, para encontrar uma solução alegadamente destinada a promover e proteger os seus interesses, de toda a Europa e do mundo no geral.
Na mensagem, hoje apresentada a Guebuza, mas que também se destina a toda a comunidade internacional, a Sérvia afirma que “qualquer acto unilateral não é aceitável e que a lei internacional deve ser respeitada”. Segundo a mesma fonte, “a solução dos problemas deve ser encontrada por via do diálogo e medidas mutuamente aceites”.
Questionado pelos jornalistas sobre a situação actual do seu país, o enviado sérvio reconheceu que o seu país estava numa situação difícil, em parte resultante da crise financeira internacional, mas que este esta a lutar para proteger a sua integridade. Um dos desafios do país é tornar-se membro da União Europeia e está agora numa fase de transição e de implementação de reformas destinadas a alcançar esse objectivo.
Mas neste momento há uma discórdia entre a própria Sérvia e a União Europeia, em relação ao caso da independência do Kosovo. Dos 27 países membros da organização, 22 reconhecem o Kosovo como independente.
Ao nível das Nações Unidas, cerca de 70 dos 192 membros também já se declararam a favor da independência do Kosovo, apesar de alguns membros do Conselho de Segurança, como a Rússia e a China não concordarem com esta liberdade em regime transitório, compete ao Ministério do Trabalho, através da COMAL, a resolução de conflitos laborais, por via das comissões tripartidas, enquanto os centros não entrarem em funcionamento.
